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Caros
Archeportistas, Muito me apraz
verificar que Troia está levantando uma salutar polémica. Dizer a verdade não é
dizer bem nem mal; é simplesmente dizer a verdade. Filipe Castro tem absoluta
razão relativamente aos Americanos. Quando eles se apercebem que uma pessoa tem mérito, imediatamente se interessam em a "captar" para o seu meio, pois consideram que ela é uma mais valia. Isto permite que se evitem os chefes broncos e incompetentes que proliferam em Portugal. Assim, evitam-se igualmente as invejas, pois todos têm consciência do seu real valor e não precisam utilizar golpes sujos para obter qualquer reconhecimento.
Evidentemente que as coisas passam-se um pouco diferentemente dentro de meios que não são académicos, como as empresas e outras organizações semelhantes. Neste campo as coisas mudaram muito para pior do que estavam no tempo em que eu era jovem, nos princípios da minha carreira profissional.
Para ambos
os casos acima existe uma explicação: antigamente o acesso a determinadas
carreiras académicas era só privilégio de uma certa elite, o que provocava uma
certa frustação (para não empregar a palavra "inveja") por parte dos que
gostariam de igualmente ter essa possibilidade, mas não a tinham. Hoje em dia,
muitos mais jovens podem aspirar a fazer estudos académicos, e as mentalidades
evoluem – embora não tão depressa quanto seria desejável. Por outro lado,
contudo, desde há 30 anos em Portugal que as pessoas têm vindo a interpretar a
"igualdade" (de direitos e de deveres, estes últimos alías muito ingorados...)
como direito a ter o mesmo que o vizinho – não interessa que o vizinho tenha
estudado e seja trabalhador e ele só tenha a instrução primária e considere o
trabalho "bom para o preto". No nosso país à beira-mar plantado todo o mundo
quer parecer alguém e importante – por oposição a "ser alguém". As
mulheres-a-dias passaram a ser "técnicas de limpeza", os vendedores são
"técnicos de vendas", e os títulos pomposos (que todos nós certamente já ouvimos
mencionar na televisão, nomeadamente em certos programas) para lugares que nada
têm de importância fariam uma lista bem longa. As associações disto e daquilo
proliferam, pois soa bem ser "presidente", mesmo que mal se saiba ler e
escrever. Um "presidente" é uma pessoa inportante... Por conseguinte, como Peter
bem explica no seu "Princípio de Peter", quando os incompetentes assumem
determinados lugares de chefia, obviamente vão rodear-se de outros tantos
incompetentes, pois só assim a sua incapacidade não dará nas vistas: na terra
dos cegos, quem tem um olho é rei. Ficam de fora os que têm dois olhos, pois
esses geralmente nem se apercebem do "jogo" e quando dão por ele, já estão de
fora.
Este estado de coisas nunca chegou aos meio académicos dos E.U., pois como vimos eles sempre se preocuparam em atrair os cérebros. Agora eles próprios estão criando os seus, e todos sabemos que é a velha Europa que está ficando decadente, e aqueles que podem fogem para outros lados onde vejam reconhecido o seu valor. A União Europeia está muito preocupada, mas nada faz para contrariar esta tendência, aliás, a própria União Europeia é um antro de oportunistas desde há bem umas duas décadas. Embora nunca tivesse vivido nos E.U., durante grande parte da minha vida profissional tive oportunidade de trabalhar com eles. Primeiro, na década de 60, quando ainda era uma jovem de vinte e alguns anos, como tradutora de alemão/inglês/alemão junto do Comando Europeu de Engenharia (que pertencia ao Ministério da Defesa Norte-Americana) em Frankfurt/Main, na Alemanha. Regressei a Portugal em 1970, mas em 1985 estava farta da incompetência, dos compadrios e das invejas reinantes no nosso país e emigrei de novo, desta vez para o Luxemburgo/Bélgica. Aqui, encontrei as coisas bem diferentes, fruto das características políticas da OTAN. Não vou maçar-vos com o assunto, mas se quiserem saber, ficará para uma próxima vez.
Dulce Rodrigues |
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