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RE: [Archport] Fusões e confusões


•   To: "'José Arnaud'" <jarnaud@ippar.pt>, <archport@lserv.ci.uc.pt>
•   Subject: RE: [Archport] Fusões e confusões
•   From: "Filipe Castro" <fvcastro@tamu.edu>
•   Date: Fri, 10 Feb 2006 11:44:27 -0600

Ora vivam,

 

Sim, sim.  Se não me fiz entender bem, peço desculpa.  Eu referia-me (e refiro-me sempre) às chefias.

 

Mas já agora acho que em Portugal há uma tradição, um bocado taliban, de se reagir veementemente demais à menor crítica.  Quantas vezes é que não se consegue encontrar um sr. dr. ou um sr. arquitecto no IPPAR?  Telefona-se às oito, às nove, às dez...

 

“O sr. dr. não está.  Pois, isso não sei.  Não, não posso ficar com o recado, faz favor de telefonar mais tarde.  Isso não sei.  Daqui a um bocadinho ele é capaz de já estar aí”...  e passam-se semanas.   

 

Gostava de saber quantas circulares é que a direcção do IPPAR mandou aos funcionários, nos últimos 20 anos, a explicar que o IPPAR não é só uma sede de poder, mas tem obrigações em relação ao público que serve, aos contribuintes que pagam as contas e os salários. Eu fico sempre com a sensação de que o público não conta.  O atendimento é horrível.  Não me lembro, nunca, de ter conseguido acabar uma frase antes da telefonista me meter a ouvir música!

 

E enquanto trabalhei para o IPPAR vi acontecerem coisas inauditas, de desrespeito pelos contribuintes, pelos funcionários e pelos cidadãos, e não acho que seja saudável andarmos aqui todos a fingir que não se passou nada e que as hierarquias nos merecem respeito por inerência.

 

Quanto ao facto de a classe dos arqueólogos ser ignorada pelos políticos – e pelo público em geral – acho que a tradição de secretismo com que os arqueólogos actuam (por exemplo, sempre por trás de um tapume sem qualquer explicação afixada) deve ter algo que ver com isto.  

 

Bem sei que os jornalistas dão imenso trabalho, só telefonam na véspera de fechar a edição, trocam os nomes e as datas todas, etc.  Mas acho que termos a opinião pública do nosso lado é uma questão de sobrevivência.

 

Filipe

 

P.S.:  Eu sou da APA ou da AAP?  Tenho de ir ver!!  E, expliquem-me lá outra vez: qual é a diferença?  :-) 

 

 

 

-----Original Message-----
From: archport-bounces@lserv.ci.uc.pt [mailto:archport-bounces@lserv.ci.uc.pt] On Behalf Of José Arnaud
Sent: Friday, February 10, 2006 7:34 AM
To: archport@lserv.ci.uc.pt
Subject: [Archport] Fusões e confusões

 

AGRADEÇO A DIVULGAÇÃO DESTA MENSAGEM NA COMUNIDADE ARQUEOLÓGICA

 

 

Caros Colegas e Amigos:

 

Cumpre-me, antes de mais, felicitar o João Marques pela corajosa defesa da honra e bom nome dos arqueólogos e outros técnicos do IPPAR, que não devem, nem podem, ser confundidos com os seus dirigentes de nomeação política, passados, presentes, ou futuros! Naturalmente que terá havido, e continuará decerto a haver, comportamentos e atitudes individuais discutíveis, quer entre os arqueólogos do IPPAR, quer entre os do IPA, mas não será pondo-nos uns contra os outros que se prestigia uma classe profissional que, apesar dos enormes progressos feitos nos últimos anos, continua a ser ignorada ou mesmo olhada com desconfiança pela maior parte dos políticos e da opinião pública em geral.

 

Quanto à AAP, tem procurado, ao longo  dos últimos anos, e continua a procurar, o estabelecimento de posições tão firmes e consensuais quanto possível, entre a comunidade arqueológica, e veiculá-las junto das entidades oficiais e da opinião pública, por vezes em consonância, e até em conjunto, com a APA. Continuamos, assim, abertos a quaisquer iniciativas no sentido da defesa do património cultural do país, bem como dos legítimos interesses dos nossos associados, tendo naturalmente em conta a diversidade de opiniões que existem entre estes. Quanto à realização de Assembleias Gerais conjuntas da AAP e da APA, a tua sugestão não poderá ser aceite, por razões estatutárias, mas podemos elaborar um documento conjunto e divulgá-lo em conferência de imprensa, para a qual disponibilizo desde já as instalações da AAP.

 

Lembro, entretanto, que se realizará, no próximo dia 24 de Fevereiro, uma Assembleia Geral da AAP. Embora esta tenha como ponto único da ordem de trabalhos, a apreciação do Relatório e Contas da Direcção, julgo que se poderá solicitar à Presidente da Mesa a inclusão, antes, ou depois, da ordem do dia, de uma breve discussão sobre a actual situação arqueológica, e eventual aprovação de uma moção, a transmitir às entidades oficiais e à comunicação social.

 

Os tempos são difíceis para a comunidade arqueológica, e esta é uma ocasião em que todos devemos estar o mais unidos possível, mas se queremos superar esta situação, temos de ser firmes, mas serenos nas nossas atitudes.

 

Saudações Arqueológicas

 

José Morais Arnaud

 

 

 

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