[Archport] Concursos

["Jorge Raposo - C.M. Seixal" <jorge.raposo@cm-seixal.pt>]

Por muita razão que a amiga Rebeca tenha, custa-me bastante ler sem reagir mensagens como esta, pois revelam um preconceito quanto ao funcionalismo público que não pode ser generalizado. E quem não se sente… não é filho de boa gente.

Sou funcionário municipal há muitos anos e já integrei o júri de vários concursos, não exactamente para técnicos superiores de Arqueologia, mas para assistentes de arqueólogo e técnicos superiores de outras áreas. A médio prazo, abrirá uma vaga para Arqueólogo (está prevista no quadro) e, naturalmente, também virei a integrar esse júri.

Por isso, não gosto do rótulo que me estão a colar.

O que lhe posso garantir é que, tanto nos que participei, como naqueles de que conheço o percurso dentro da instituição em que trabalho, não funciona aqui o “factor C” de que fala (leia-se “cunha”)! E isto acontecerá em muitos outros sítios, onde, creiam ou não, há funcionários honestos e competentes.

Também não sou ingénuo ao ponto de ignorar que a cunha é o factor mais importante em muitas ocasiões. Mas, nesse caso, mais do que desincentivar as pessoas de concorrer, deve é apelar-se para a sua atenção crítica, pois há mecanismos de protesto.

Concorram e, se se sentirem injustiçados, exerçam o vosso direito de reclamação e obriguem o júri a justificar a decisão (não apenas perante os candidatos, mas também junto das instâncias superiores de avaliação que estão previstas na lei). Levem o processo até às últimas consequências, de modo a que seja cada vez mais difícil manter concursos nebulosos.

Assim sim, defenderão os vossos direitos, afrontarão o funcionalismo incompetente ou corrupto e contribuirão para que a pequena e grande cunha percam a importância que presentemente têm na sociedade portuguesa.

 

Jorge Raposo