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[Archport] Concursos II


•   To: <archport@lserv.ci.uc.pt>
•   Subject: [Archport] Concursos II
•   From: "Jorge Raposo - C.M. Seixal" <jorge.raposo@cm-seixal.pt>
•   Date: Thu, 20 Jul 2006 17:13:02 +0100

Como creio se terá compreendido, o meu intuito não era polemizar nem limitar o seu legítimo direito de expressão, que, como reconheci, pode ser perfeitamente fundamentado (infelizmente!). E muito menos escamotear uma situação que todos sabemos ser anormalmente frequente no nosso país, onde a cunha é quase uma idiossincrasia nacional.

Farto de ser tantas vezes estigmatizado pela condição de funcionário público, apenas exprimi a minha também legítima discordância com a generalização implícita na sua mensagem, e com a conclusão que dela se extrai.

Quanto à primeira, já disse o que tinha a dizer. E esclareço que não pretendi defender genericamente o município onde trabalho, que, porventura, não será nem melhor nem pior que outros. Pretendi sim defender-me enquanto profissional e chamar a atenção para o que se esquece com tanta facilidade: creiam ou não, há gente honesta e responsável na Função Pública. Serão muitos ou poucos? Creio que ninguém terá dados para dizê-lo, mas eu conheço vários e faço por me incluir nesse grupo.

Quanto à segunda, repito, tem de valer a pena reclamar! Se perdermos essa esperança, que resta então? Acomodarmo-nos à situação e procurar a nossa própria cunha?

Mas, mais do que esperança, continuo a acreditar que há razões objectivas: aos interessados assiste o direito legal de consulta a todas as actas e outros documentos relativos a determinado concurso, e, se é verdade que é o próprio júri quem, numa primeira instância, julga eventuais reclamações, também é certo que a sua decisão é passível de recurso hierárquico e, se necessário, para o Supremo Tribunal Administrativo.

Será uma perda de tempo e dinheiro? Depende da razão que nos assistir e da capacidade que tivermos para a sustentar processualmente.

Compreendendo a angústia em que por vezes nos vimos mergulhados (como cidadão, também sou obrigado a recorrer frequentemente a outros serviços públicos), só me resta desejar-lhe melhor sorte no futuro, a si e a todos os que venham a encontrar-se nas mesmas circunstâncias.

 

Jorge Raposo


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