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[Archport] "Património algarvio pode ser factor de desenvolvimento"


•   To: "Pedro Barros" <pbarros@ipa.min-cultura.pt>
•   Subject: [Archport] "Património algarvio pode ser factor de desenvolvimento"
•   From: "Pedro Barros" <pbarros@ipa.min-cultura.pt>
•   Date: Mon, 30 Oct 2006 15:41:14 -0000

 

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Regional

Património algarvio pode ser factor de desenvolvimento

 

 

 

 

O IPPAR e o IPA conseguiram que o património fosse visto como um factor de desenvolvimento, no processo de revisão do Protal.

Um maior enfoque no património da região como factor de desenvolvimento e de valorização do Algarve, no futuro.

Foi esta a base da participação do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e do Instituto Português de Arqueologia no processo de revisão do Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve (Protal).

Os dois institutos juntaram-se na passada semana, no Museu Municipal de Faro, para fazer uma sessão de esclarecimento sobre qual será o peso do património arquitectónico e arqueológico no plano de ordenamento.

A sessão contou com uma reflexão sobre as principais linhas de força defendidas pelas duas entidades, explicada por Rui Parreira, do IPPAR , e a designação dos sítios arqueológicos de interesse, feito por Pedro Barros, do IPA.

Segundo Rui Parreira, as duas instituições acharam que havia, no Protal, uma «focagem excessiva do turismo como motor de desenvolvimento». Isso causava, por outro lado, uma menorização do papel do património no plano de ordenamento.

Seguindo uma lógica de que o património pode e deve ser um «factor de desenvolvimento», IPPAR e IPA assentaram a sua contribuição «em três vectores», resumiu Rui Parreira ao «barlavento».

Desde logo, utilizar o património como um instrumento para a requalificação do sector turístico. A ideia é criar alternativas ao produto Sol e Praia e fazer das riquezas arquitectónicas e arqueológicas uma mais valia, dando um contributo àquela actividade em termos de «qualidade, identidade e cultura».

Além da valorização do património para o exterior, é também necessário trabalhar dentro de portas.

Segundo o técnico do IPPAR, muitas das riquezas algarvias «são desconhecidas da população e até dos próprios autarcas» dos concelhos onde existem.
Desta forma, vai ficar contemplada no Protal a ligação entre o património, a educação e a investigação.

«Desde o 25 de Abril, e muito menos antes, que não se faz educação para e pelo património. Os algarvios têm de se identificar com o património local», acredita.
Por outro lado, deverá fazer-se um levantamento patrimonial em toda a região. Há ainda a perspectiva da inclusão destas riquezas nos Planos Directores Municipais que estão a ser revistos.

A terceira vertente da contribuição das duas entidades foi a chamada de atenção para a necessidade de formação de técnicos qualificados na área.

«O Algarve tem condições para formar pessoas, de modo a que possa exportar técnicos e conhecimento», acredita Rui Parreira.

Neste campo, será importante o papel das Universidades da região. Também será determinante o trabalho realizado no futuro Centro de Estudos de Património e Reabilitação Urbana do Algarve, cuja construção está prevista.

Entretanto, há trabalho a ser feito noutros campos, à margem do Protal. Muitas autarquias algarvias têm já arqueólogos ao seu serviço e começam a ter outra visão do património.

Frisou, ainda assim, a necessidade destes arqueólogos estreitarem mais a sua ligação aos departamentos de obras que aos da cultura.

A Câmara de Faro está já a elaborar um regulamento municipal de intervenção em sítios com potencial arqueológico. Um «documento inovador», na visão de Rui Parreira, que «permitirá ao cidadão saber com o que pode contar», quando se propõe a fazer obras em edifícios de determinadas zonas do concelho.

Também a Câmara de Lagos inovou, na área do património. Um cidadão que se veja a braços com a necessidade de encomendar uma intervenção arqueológica, pode solicitá-lo à autarquia.

A partir daqui, caso tenha disponibilidade para aguardar, fica numa lista de espera e usufruirá desta ajuda.

Para Rui Parreira, a falta de apoio neste tipo de intervenção «faz com que as pessoas vejam o património como um estorvo».

Apesar de não estar previsto no Protal, Rui Parreira defendeu que as autarquias devem «ou dar apoios directos na intervenção» ou outro tipo de benefícios para quem cumpre as regras, já que «é impossível ter um fiscal em cada obra».

Outra das questões levantadas na sessão foi a da Sagres e do futuro do património aí existente. A esta questão respondeu o delegado da Cultura do Algarve Gonçalo Couceiro, que se encontrava na assistência.

No âmbito do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE), as representações regionais de diversos institutos, entre os quais o IPPAR e o IPA, vão passar a trabalhar directamente com a Delegação Regional da Cultura. Do mesmo modo, a Fortaleza de Sagres vai perder a autonomia de gestão que goza agora.

Entretanto, já há verbas previstas no próximo Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) para a conservação da fortaleza e recuperação dos novos edifícios, que se encontram muito degradados.

28 de Outubro de 2006 | 10:23
hugo rodrigues

 

 

 


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