Re: [Archport] Sobre las "seteiras" de Los Millares y Zambujal, etc. - agrade ç o publica çã o nas vossas listas.
Essa hipótese - a das seteiras não serem 'funcionais' porque não permitiriam o uso de um arco - cai por terra se considerarmos que os defensores usariam bestas, logo não precisariam do espaço de manobra exigido por um arqueiro. Afinal, as bestas, irmãs mais antigas e de bem menores dimensões que as suas confrades romanas balistas, andam por aí desde talvez o século IV
a.C., estando muito bem representadas, por exemplo, no exército chinês de terracota:
Os helénicos usavam engenhos similares - os gastraphetes - desde talvez o mesmo século e, daí, com a posterior helenização do Mediterrâneo, quem sabe... portanto, não me choca nada que na Idade Média - quiçá em épocas bem mais recuadas - as seteiras fossem completamente funcionais, desde que dotadas de besteiros - os do conto, provavelmente, de que toda a gente se procurava eximir a servir.. quanto a Millares, já não sei..
Em 14/06/07, Vítor Oliveira Jorge <vojorge@clix.pt> escreveu:
seteiras... para tiros no pé
Mas o curioso é que, mesmo em muitos sítios ou sub-estruturas de sítios (chamemos-lhes assim) medievais, como as torres de menagem, se começa a compreender que elas tinham um carácter não só defensivo, como essencialmente simbólico (a imponência); que muitas nem carácer defensivo podiam ter; e que as seteiras, para o ser, teriam de ter determinado espaço associado a cada uma: campo de tiro (espaço onde pudesse estar um homem a disparar) e campo de mira (espaço para onde o qual um homem disparava).
Claro que há que, também aqui, ter em conta a complexidade do assunto.
Mas um arco pré-histórico não era um brinquedo; era um objecto grande. Exigia também ele espaço; e, para ser eficaz, nunca podia ser utilizado de dentro de um "bastião" através de uma "seteira" tipo Millares/Zambujal, para mais havendo uma série de aberturas desse tipo a curta distância umas das outras. A simples hipótese de tal acontecer é do domínio da comicidade, revela ou despoleta humor, para além de mostrar uma enorme falta de senso comum.--
Vítor Oliveira Jorge
Prof. Univ. Porto, Portugal; CEAUCP' s researcher
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