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Re: [Archport] A verdadeira Revolta da Provincia!!

To :   <rudolfo_dias@iol.pt>
Subject :   Re: [Archport] A verdadeira Revolta da Provincia!!
From :   "Joao Paulo Pereira" <Joaop@inag.pt>
Date :   Wed, 24 Oct 2007 14:28:46 +0100

Pois, pois, levantem mais o tapete que a poeira está lá toda!
Ainda aparece alguém com um aspiradorzito ...

João Paulo Pereira
 
Nota: Esta mensagem não implica qualquer compromisso de qualquer tipo da instituição.

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Subject :   Re: [Archport] A verdadeira Revolta da Provincia!!
From :   <rudolfo_dias@iol.pt>
Date :   Wed, 24 Oct 2007 14:03:45 +0100
E esse dia, prezada, Sónia, espero que seja para breve! Em primeiro, por questões ambientais (a menos que se queira terraplanar o país de Norte a Sul... - espero não estar a dar ideias a alguém). Depois, porque, aí sim, se vão ver quem são realmente as empresas que realmente fazem trabalho de Arqueologia, e quais as que têm vivido da "mama" das obras e dos investimentos dos promotores...

Quanto à problemática sobre os créditos vs. pagamentos, seria realmente bom levantar o véu que cobre alguns aspectos menos transparentes, que juntam num mesmo "ringue" professores universitários, empresas de arqueologia geridas supostamente por familiares chegados, orçamentos baixos à custa da presença de alunos de licenciatura (que caem no engodo dos créditos e das avaliações), e a "falta de percepção" destes esquemas por parte de alguns técnicos superiores da tutela, nomeadamente do ex-IPA, que fazem ou fizeram parte do "circulo de confiança" desses ditos professores... Isto tudo, claro está, porque a tutela não pode inteferir em questões de mercado!!!
Se não existe nada de ilegal nisto (o que duvido...), existe com toda a certeza algo de profundamente imoral!

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Quer credito? S, M ou XL?
Saiba mais em http://www.iol.pt/correio/rodape.php?dst=0707183

 

Caros archporiamos,

Perante a ultima polémica do pagar para escavar, gostaria de dizer que acho efectivamente inadmissível que qualquer instituição de Ensino Publico que tenha previsto no currículo académico a realização de trabalho de campo, contando esse trabalho como créditos para a Licenciatura, possa cobrar por essas escavações o que quer que seja, uma vez que os alunos pagam propinas!

 

No entanto, existe por todo o mundo uma coisa chamada ?Campos de Trabalho de Arqueologia?, em que se dá formação e em que efectivamente as pessoas pagam para escavar. Existe, inclusivamente, um autêntico turismo arqueológico neste sentido, pessoas que não são estudantes de Arqueologia, simples entusiastas e curiosos que querem aprender, ou simplesmente ter umas ferias diferentes. Nesses casos, sou totalmente a favor do pagamento de uma taxa de participação, quer pela formação que é dada (estou a falar de formação efectivamente, com calendarização de aulas), quer pela alimentação e estadia. Um quadro destes faz parecer que estamos a capitalizar a Arqueologia, mas existindo um controle do rigor científico do trabalho, por parte da tutela, parece-me uma forma inteligente de capitalizar a Arqueologia. Isto porque se faz Arqueologia de investigação tendo meios financeiros para a fazer, em que o dinheiro pago é canalizado para o projecto. Parece-me que tem de haver mais projectos autárquicos, de associações, empresas, centros de estudos, e Universidades, mas que não dependam exclusivamente de Bolsas do FCT e do financiamento do IGESPAR. É exactamente aqui que entra o ?provincianismo?, ou seja, gostamos da nossa terra, do sítio onde nascemos? Então façamos alguma coisa por ela, procuremos formas de financiar a investigação, apostar na inovação, aliarmo-nos à museologia, ao ambiente, e ao Turismo Histórico e Cultural! Façamos a Arqueologia chegar às pessoas, para que elas cheguem a nós, e com elas os Museus, os verdadeiros centros de investigação, e o Turismo.  

Não quero com isto desresponsabilizar a tutela, o seu papel dinamizador é e tem de ser ainda mais importante, e deverá ter um papel cada vez mais sólido na fiscalização e controle da qualidade científica do trabalho, parece-me, no entanto, essencial que cada vez mais consigamos trabalhar sem depender economicamente dela. 

 

Obvio que há sempre ?bons? e ?maus? profissionais, o que eu acho que não pode continuar a haver são os chamados arqueólogos de primeira e de segunda, arqueólogos que fazem investigação e aqueles que fazem acompanhamentos de obras e minimizações. Fazer um acompanhamento ou uma minimização, é muitas vezes considerado ?chato? pelos recém-licenciados, a questão aqui é que se diz: ?não foi para isto que estudei?, o problema é esse mesmo, as faculdades não nos preparam para esse trabalho, mas afinal ele existe, está previsto na Lei, é muito importante, e dá trabalho a 75% (ou mais) dos arqueólogos em Portugal.

Mas a arqueologia não pode continuar, exclusivamente, a andar ?à boleia? das obras públicas, e de um ou dois tostões dados a um ou dois arqueólogos para fazerem investigação. 

Porque, um dia, e para esse dia não falta muito, o ?boom? das grandes obras públicas, que alimentam as dezenas de empresas de Arqueologia que proliferam por aí, vai acabar!   

 

Sónia Bombico

 

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