[Archport] Funcionários do Igespar temem não renovar contratos

["Alexandre Monteiro" <alexandre.monteiro@gmail.com>]

Público, 29/12/2007, por Sandra Silva Costa

Vai ser uma entrada em 2008 com o coração nas mãos. Quarenta e cinco
funcionários avençados do Instituto de Gestão do Património
Arquitectónico
e Arqueológico (Igespar) foram anteontem informados de que o Ministério
das Finanças ainda não deu ordem para que os seus contratos, que
expiram no dia 31, sejam renovados. A direcção do Igespar está mais
calma: confia que o parecer favorável dado pela tutela directa, o
Ministério da Cultura, para a renovação dos contratos seja levado em
conta pelo gabinete de Teixeira dos Santos.

A maior parte dos 45 funcionários do Igespar com contratos de avença
são arqueólogos — 30, adiantou ao PÚBLICO um dos arqueólogos que podem
ser dispensados. Estes profissionais estavam afectos aos institutos
que foram extintos para dar lugar ao actual Igespar: o Instituto
Português do Património Arquitectónico e o Instituto Português de
Arqueologia.

"Na quinta-feira fomos informados que os nossos contratos não seriam
renovados. E como na segunda-feira há tolerância, informaram-nos na
véspera do nosso último dia de trabalho", lamentou o arqueólogo, que
recebeu ainda instruções para já não se apresentar ao trabalho na
próxima quarta-feira, 2 de Janeiro.

Maria Resende, assessora de imprensa do Igespar, explicou ao PÚBLICO
que "no âmbito do programa PRACE, de renovação da administração
pública, foram atribuídas quotas ao instituto". "A tutela foi avisada
atempadamente e atempadamente deu um parecer favorável à renovação
destes contratos. Falta apenas a aprovação pelo Ministério das
Finanças, mas estamos a contar que ela seja favorável também",
acrescentou. O PÚBLICO procurou ouvir o Ministério das Finanças, mas
tal não foi possível até à hora de fecho desta edição.

De acordo com o arqueólogo do gespar, se os contratos não forem
renovados, o Departamento de Salvaguarda do instituto "será
drasticamente afectado". Pelas contas deste arqueólogo, se os
profissionais forem mesmo dispensados, o Igespar ficará a contar
apenas com o trabalho de "entre cinco e dez arqueólogos".