[Archport] SITUAÇÃO DA ARQUEOLOGIA EM PORTUGAL
Caros Colegas:
Em relação à recente discussão na Archport sobre a situação dos
arqueólogos em Portugal, concordo com a ideia de se realizar uma
reunião expressamente para discutir o assunto, defendida por vários
intervenientes. Tendo um deles sugerido que essa reunião (discordo que
se lhe chame "Congresso", o que implicaria uma maior formalidade e uma
preparação mais prolongada), fosse promovida pela Associação dos
Arqueólogos Portugueses, quero desde já manifestar a minha inteira
disponibilidade para propor essa iniciativa à Direcção da AAP. Julgo,
porém, que seria mais útil que essa reunião fosse promovida
conjuntamente com a Associação Profissional de Arqueólogos, mais
vocacionada para as questões estritamente profissionais, e que, aliás,
desempenhou, nos últimos dias, um papel de relevo na defesa dos
interesses dos "avençados" do IGESPAR, através da excelente
intervenção da sua Presidente, a nossa estimada colega Maria José
Almeida.
A constituição de uma "Ordem" é uma antiga ambição da APA, mas julgo
que só com uma vasta mobilização de toda a comunidade arqueológica
será possível alcançar a sua criação. Em teoria, os arqueólogos estão
em condições de constituir uma "Ordem", conforme se pode verificar
pela leitura da legislação citada pelo Alexandre, mas na prática a sua
constituição não depende da vontade dos interessados, mas sim do
reconhecimento da sua necessidade por parte do Estado português, o que
se torna difícil obter, não só pela reduzida expressão numérica deste
sector profissional (que, ao que julgo, ainda não atinge sequer um
milhar de profissionais), mas sobretudo pela actividade que exercem
não ter ainda suficiente reconhecimento social.
Seja como for, julgo que será oportuno desenvolver uma discussão já
lançada há alguns anos, à luz da actual conjuntura, que mais não seja
para se alcançar uma maior convergência entre os profissionais e as
associações do sector, e uma estratégia comum, pois só unidos "como os
dedos da mão" poderemos atingir o reconhecimento social da nossa
profissão.
Com as melhores saudações arqueológicas,
José Morais Arnaud