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Re: [Archport] SITUAÇÃO DA ARQUEOLOGIA EM PORTUGAL

Subject :   Re: [Archport] SITUAÇÃO DA ARQUEOLOGIA EM PORTUGAL
From :   Telmo Pereira <telmo-pereira@iol.pt>
Date :   Sat, 05 Jan 2008 20:19:01 +0000 (GMT)

Caro Alexandre, que dizes é muito pertinente. Na generalidade, os curricula dos cursos de arqueologia portugueses estão desactualizados, mesmo depois das adaptações ao Tratado de Bolonha. São cursos fundamentalmente de letras e contêm um grande pendor de erudição não só no tronco comum como nas opções. De facto, ainda existem falhas graves como a parca formação teórica e prática de identificação de materiais especialmente da pré-história antiga (levando à total destruição de sítios sem que o arqueólogo por vezes se aperceba) ou de Idade Moderna e Contemporânea (absolutamente fundamentais para os trabalhos em meio urbano). No último caso a situação até se torna caricata, uma vez que a componente histórica é amplamente leccionada.

Igualmente, nesses curricula (como tu muito bem referiste), não constam matemática, estatística ou SIG’s; nem opções fundamentais para a arqueologia empresarial (leccionadas nas universidades de economia) como gestão de projectos e de recursos humanos, PME’s, direito económico e empresarial; ou opções fundamentais para a arqueologia de investigação (leccionadas nas faculdades de ciências) como geologia, zoologia ou botânica).  Daí que uma das atribuições de uma Ordem é o que está inscrita na alínea h do Artigo 4º: “h) A participação nos processos oficiais de acreditação e avaliação dos cursos que dão acesso à profissão; “

Já não concordo tanto com o facto de qualquer um poder ser arqueólogo, pelo menos um bom arqueólogo. Paralelamente, não podemos esquecer que a arqueologia é uma disciplina cujo espírito científico ainda não tem duzentos anos, enquanto engenharia, medicina e arquitectura têm milhares de anos. No entanto compreendo e partilho a preocupação quanto à entrada de pessoas que não são arqueólogas. Aliás, tendo em conta o Ponto 1 do Artigo 10º: 1- “As associações públicas profissionais têm a denominação de “ordem” quando correspondam a profissões cujo exercício é condicionado à obtenção prévia de uma habilitação académica de licenciatura ou equivalente…”. Ou seja, estará reservada a arqueólogos.

O que eu proponho é que sejam convocados para a reunião de criação da Ordem:

a)      Todos os arqueólogos;

b)      Todos os finalistas em arqueologia;

c)       Todas as pessoas que, não estando enquadradas no Artigo 10º:1, são reconhecidas pela tutela como aptas a fazer trabalhos arqueológicos;

d)      Todas as pessoas cuja formação em áreas afins à arqueologia, têm dado um contributo essencial ao desenvolvimento da mesma.

e)      Todos os professores das escolas profissionais de arqueologia (os alunos formados como técnicos de arqueologia nestas escolas têm o equivalente ao 12º ano, e têm uma formação técnica que bate aos pontos grande parte dos arqueólogos) pelo que esta componente deverá ser fortemente considerada.

 

No caso da alínea d) estou-me a lembrar de pessoas como Eugénia Cunha, Ana Ramos Pereira, Simon Davis ou Paula Queiroz, entre outros. É certo que, à luz do Artigo 10º:1, estarão excluídas. No entanto, creio que ninguém questiona a sua importância na definição da Ordem e são especialistas cujo nome nos daria muita força e seriam competentíssimas se colocadas nos colégios de especialidade, previstos no Artigo 13º.

Telmo Pereira

 



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