Entre sábado e domingo, conforme as condições meteorológicas, a equipa de cientistas vai colocar no fundo marinho, a cerca de 80 milhas (150 quilómetros) da ponta de Sagres e perto do Golfo de Cadiz, um observatório no fundo do mar baptizado de Geostar para medir os níveis sísmicos da área e estudar um eventual tsunami.
O «Geostar» está equipado com sismógrafos e sensores capazes de efectuar levantamentos geológicos e geofísicos e prevenir eventuais tsunamis a partir do fundo do mar.
O observatório «Geostar» vai ficar submerso numa área onde se registam muitos sismos e tsunamis e durante cerca de um ano vai ser estudada a área junto ao Algarve onde há muita actividade tectónica, explicou à Lusa o coordenador do projecto, Nevio Zitellini, do instituto de Ciências Marítimas em Bolonha (Itália).
Na Ásia existe equipamento capaz de alertar a população da existência de tsunamis passada uma hora, mas no Mediterrâneo a estratégia tem de ser diferente, o desafio é realizar a vigilância dos tsunamis na falha tectónica. «Vamos monotorizar a área tectónica directamente», esclareceu Nevio Zitellini, reiterando que o Algarve está muito perto de zonas de risco de sismos e tsunamis.
«Saber quando é que vai aparecer uma onda gigante e poder alertar em tempo útil as pessoas de todo o mundo, mas também e principalmente as que estão junto à costa marítima é um dos grandes objectivos do projecto europeu Nearest», acrescenta o coordenador do projecto Nevio Zitellini.
O terramoto de Lisboa, de 1755, demorou cerca de 15 minutos a sentir-se em Sagres criando uma deformação do fundo do mar de 11 metros e provocando uma onda gigante. «É uma das maiores experiências deste género feitas em todo o mundo», adiantou à Lusa Paolo Favali, cientista do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia de Roma, Itália, que integra o projecto financiado pela União Europeia.
Paolo Favali, refere que além do observatório de vigilância «Geostar» também serão espalhados 25 pequenos sensores detectores de sismos.
O director da Unidade de Protecção Civil da Comissão Europeia disse recentemente à Lusa, num seminário sobre «Sistemas de Alerta Precoce» que decorreu em Albufeira, que Portugal tinha muito trabalho a desenvolver no plano dos sistemas de alerta precoce de catástrofes naturais como os tsunamis.
No Atlântico Norte não existia nenhum sistema de alerta global. A implementação no fundo marítimo de um protótipo que detecta tsunamis é a primeira resposta que surge para Portugal, mas também para toda a zona do Atlântico e Mediterrâneo.
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