[Archport] RES: Arqueologia de Emergência
No que concerne ao tirar o curso em 3 anos, hoje é possível, mas e então os colegas (nos quais me incluo) que tiraram o curso em 4 anos? Papel e caneta?! E a bibliografia, e os estágios pagos do nosso bolso... tudo isso é dinheiro, mas enfim...
Quando digo que podemos ganhar tanto como um médico, evidentemente que estou a exagerar, mas penso ser possível e justo um arqueólogo ganhar 2000€ por mês, penso que poderíamos fazer face às despesas diárias muito melhor, e, se o arqueólogo ganhar 2000€ as empresas vão ganhar muito mais, não será? Quanto aos recibos verdes, já ouviram falar em contratos de obra?
Quanto à tabela remuneratória mínima à muito que nela se fala e à muito que nada se faz, mas é engraçado até, que quando se passou o que se passou com os arqueólogos que trabalham no actual IGESPAR, existisse uma revolta geral com a situação, existindo até alguma união sobre o assunto na classe, agora quando se fala na situação precária que se vive na parte empresarial, não noto que exista união... mas é normal, porque resolvida a situação de quem trabalha para o estado... já não se podem levantar ondas não é?
Tudo bem que continuam a trabalhar a recibos, situação que não é também a ideal, nem poderá ser...
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Em 03/03/08, pmparaiso@sapo.pt<pmparaiso@sapo.pt> escreveu:
>
> Imaginemos um cenário idealista, mas proveitoso para todas as partes, não
> seria possível um arqueólogo ganhar tanto como um médico? Deixo aqui a
> interrogação para todos podermos reflectir...
>
Bom.... deveria ganhar o mesmo se um médico também fizesse o curso em
3 anos, só com lápis e papel, entrasse em Medicina com médias de 10 e
11 e se o valor do trabalho social que realiza (impede ou mitiga o
facto de TODAS as pessoas sofram ou morram mais cedo) fosse igual ao
do arqueólogo.
>
> Porque a aceitar trabalhos por os valores que toda a gente sabe que
> se aceitam ninguém consegue viver em arqueologia, no máximo Sobrevive-se.
>
Isso é verdade. Como em toda e qualquer estrutura corporativa -
estando reservada por lei, e apenas a ela, a capacidade de intervir no
património arqueológico - está nas suas mãos saber quanto pedir por
esse trabalho. O problema é que, não havendo uma tabela remuneratória
mínima, e sendo muitos com fome a querer comer, a tendência seja a de
que os que mais fome têm sejam os menos exigentes. Ganham os
empregadores, sofrem os prestadores e empobrece a qualidade do serviço
prestado.
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