Re: [Archport] Arqueologia de Emergência

[Alexandre <no.arame@gmail.com>]

Em 03/03/08, pmparaiso@sapo.pt<pmparaiso@sapo.pt> escreveu:


> Quando digo que podemos ganhar tanto como um médico, evidentemente que estou a exagerar, mas penso ser possível e justo um arqueólogo ganhar 2000€ por mês, penso que poderíamos fazer face às despesas diárias muito melhor, e, se o arqueólogo ganhar 2000€ as empresas vão ganhar muito mais, não será? Quanto aos recibos verdes, já ouviram falar em contratos de obra?


Acho que toda a gente gostava de ganhar 2000 euros.... aliás, muito
boa parte dos portugueses que sobrevivem com pensões de misériam de
100 e 200 euros ao mês e muitos dos que sustentam uma família com o
ordenado mínimo não se importariam até de ganhar 1000 euros....
caramba, até eu gostava de ganhar 2000 euros por mês, fazia face às
minhas despesas diárias muito melhor!


Sinceramente, ainda não percebi se esta frase é ingénua ou irónica - é
que a última vez que eu me apercebi ainda viviamos em Portugal, um
país que ainda está na Europa apenas por motivos de geografia e que
atrás dele só tem a Turquia ou a Albânia..... quem raio é que, nesta
crise geral, irá pagar 2000 euros a um arqueólogo para que ele faça
arqueologia? Que raio de retorno produtivo gerará ele? Não se
esqueçam: a arqueologia é um luxo das sociedades ricas - e nós não
somos uma sociedade rica (somos, quanto muito, uma sociedade com
alguns ricos).



> Quanto à tabela remuneratória mínima à muito que nela se fala e à muito que nada se faz, mas é engraçado até, que quando se passou o que se passou com os arqueólogos que trabalham no actual IGESPAR, existisse uma revolta geral com a situação, existindo até alguma união sobre o assunto na classe, agora quando se fala na situação precária que se vive na parte empresarial, não noto que exista união... mas é normal, porque resolvida a situação de quem trabalha para o estado... já não se podem levantar ondas não é?
>


Acho que isso foi mais uma questão de survival of the fitest.. ou
melhor, uma survival of the loudest (até porque se o Estado pode bem
passar sem os privados a fazer arqueologia dificilmente poderá passar
sem ter quem lhe assegure as suas competências de fiscalização e
regulação).


Alexandre

no.arame@gmail.com
http://www.alexandre-monteiro.blogspot.com/