Caros Amigos e Colegas: A recente realização no Museu Nacional de
Arqueologia em Lisboa do 1º encontro promovido pelo Centro de Arqueologia de
Almada para assinalar os seus 25 anos de existência e o lançamento do 15º
volume da sua utilíssima revista Almadan – Arqueologia em Revista
, no qual estiveram presentes, ao longo de todo o dia, mais de uma centena de
arqueólogos e estudantes de arqueologia, defendendo de um modo civilizado e
democrático as mais diversas correntes e perspectivas, permite-me encarar com
um pouco mais de optimismo o futuro da actividade arqueológica em Portugal,
apesar de o país atravessar uma das suas mais graves crises sociais e
institucionais desde a restauração do regime democrático. A própria organização desse encontro por
uma entidade particular, fundada por um grupo de estudantes, que conseguiu
sobreviver e desenvolver uma actividade notável, no âmbito da divulgação e da
promoção da actividade arqueológica e da valorização do património, ao longo de
um quarto de século, conseguindo uma lenta mas sólida e gradual afirmação no
restrito meio arqueológico português, é um exemplo para todos nós. É também um
notável exemplo do que é possível realizar, mesmo neste país, com a
competência, a dedicação e o sacrifício pessoal de um pequeno grupo de pessoas,
desde que surja alguém com a capacidade e a vontade de as motivar em prol do
bem comum, sem autoritarismo nem culto da personalidade. O Jorge Raposo e a sua equipa são pessoas
que não precisam, nem gostam, de elogios. O seu trabalho está bem à vista de
todos, pelo que a melhor homenagem que se lhes pode prestar é corresponder
“de alma e coração” às suas iniciativas, neste ano de grande júbilo
para o Centro de Arqueologia de Almada e para a Almadan, participando nos
encontros que se vão seguir, no Porto, em Faro, em Beja e finalmente em
Conímbriga, inscrevendo-nos como membros do Centro, e colaborando nos próximos
números da Almadan. O Centro e a Almadan são o exemplo vivo da
importância da chamada “sociedade civil”, num país em que o Estado
democrático o é cada vez menos, e os políticos do Centrão, em nome da
“social democracia” e do “socialismo”, se procuram
descartar gradualmente das suas responsabilidades para com os seus cidadãos
eleitores e os contribuintes, desbaratando os recursos comunitários, investindo
no betão, em detrimento das pessoas, e esbulhando os impostos sacados com cada
vez com maior eficácia aos assalariados e pequenos empresários, enquanto o
país real se vai afundando e a banca vai “enriquecendo” de uma
forma ilegítima, numa escandalosa e tentacular promiscuidade com o poder! Longa vida para o Centro de Arqueologia de
Almada e para os seus obreiros ! José Morais Arnaud 3/3/2008 |
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