Re: [Archport] Arqueologia em Revista
Seria um lamentável sinal de má educação não agradecer publicamente as palavras amáveis do amigo José Arnaud, em meu nome pessoal e no da associação a que fundamentalmente se dirigem, o Centro de Arqueologia de Almada.
Nunca orientámos a nossa actividade para a conquista do elogio fácil, mas é sempre bom saber que se lhe reconhece algum mérito, principalmente quando a opinião é expressa de forma tão sentida e por alguém que tanto prezamos.
Pela nossa parte, continuaremos apenas a tentar cumprir responsavelmente a função social que está ao nosso
alcance, enquanto agente colectivo que procura congregar muitas vontades e saberes individuais.
E, sem nos pretendermos substituir a ninguém, esperamos que o movimento desencadeado com o ciclo de debates â??A Arqueologia em Revistaâ?? possa contribuir para melhorar o contexto social e profissional da Arqueologia portuguesa.
� também por isso que o CAA existe há mais de 35 anos, e é para isso que se manteve o esforço de produção
da Al-Madan no último quarto de século.
Jorge Raposo
On Ter Mar 4 6:52 , José Arnaud sent:
Caros Amigos e Colegas:
A recente realização no Museu Nacional de
Arqueologia em Lisboa do 1º encontro promovido pelo Centro de Arqueologia de
Almada para assinalar os seus 25 anos de existência e o lançamento do 15º
volume da sua utilÃssima revista Almadan â?? Arqueologia em Revista
, no qual estiveram presentes, ao longo de todo o dia, mais de uma centena de
arqueólogos e estudantes de arqueologia, defendendo de um modo civilizado e
democrático as mais diversas correntes e perspectivas, permite-me encarar com
um pouco mais de optimismo o futuro da actividade arqueológica em Portugal,
apesar de o paÃs atravessar uma das suas mais graves crises sociais e
institucionais desde a restauração do regime democrático.
A própria organização desse encontro por
uma entidade particular, fundada por um grupo de estudantes, que conseguiu
sobreviver e desenvolver uma actividade notável, no âmbito da divulgação e da
promoção da actividade arqueológica e da valorização do património, ao longo de
um quarto de século, conseguindo uma lenta mas sólida e gradual afirmação no
restrito meio arqueológico português, é um exemplo para todos nós. � também um
notável exemplo do que é possÃvel realizar, mesmo neste paÃs, com a
competência, a dedicação e o sacrifÃcio pessoal de um pequeno grupo de pessoas,
desde que surja alguém com a capacidade e a vontade de as motivar em prol do
bem comum, sem autoritarismo nem culto da personalidade.
O Jorge Raposo e a sua equipa são pessoas
que não precisam, nem gostam, de elogios. O seu trabalho está bem à vista de
todos, pelo que a melhor homenagem que se lhes pode prestar é corresponder
â??de alma e coraçãoâ?? à s suas iniciativas, neste ano de grande júbilo
para o Centro de Arqueologia de Almada e para a Almadan, participando nos
encontros que se vão seguir, no Porto, em Faro, em Beja e finalmente em
ConÃmbriga, inscrevendo-nos como membros do Centro, e colaborando nos próximos
números da Almadan.
O Centro e a Almadan são o exemplo vivo da
importância da chamada â??sociedade civilâ??, num paÃs em que o Estado
democrático o é cada vez menos, e os polÃticos do Centrão, em nome da
â??social democraciaâ?? e do â??socialismoâ??, se procuram
descartar gradualmente das suas responsabilidades para com os seus cidadãos
eleitores e os contribuintes, desbaratando os recursos comunitários, investindo
no betão, em detrimento das pessoas, e esbulhando os impostos sacados com cada
vez com maior eficácia aos assalariados e pequenos empresários, enquanto o
paÃs real se vai afundando e a banca vai â??enriquecendoâ?? de uma
forma ilegÃtima, numa escandalosa e tentacular promiscuidade com o poder!
Longa vida para o Centro de Arqueologia de
Almada e para os seus obreiros !
José Morais Arnaud
3/3/2008
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