Re: [Archport] tabelas salariais

[M. Emília Azevedo <emilia_simas@hotmail.com>]

Boa tarde!
 
Gostei imenso do seu texto, e pareceu-me claro na sua exposição, revelando bem a situação laboral que existe. Esta actividade que se tornou profissão em prol da defesa do património, sendo legislada em 1999, como todos sabemos, continua na prática por não se impôr, quais serão as razões? Nos acompanhamentos de obra é obrigatória a presença de arqueólogos e técnicos, mas isso nem sempre é cumprido, por razões economicistas, porque é uma matéria que pode funcionar no sentido inverso dos interesses em curso, e ainda se pode fugir sem repercursões significativas.
Esta problemática toma proporções distintas consoante os casos, como é óbvio. As obras não abundam, a concorrência ainda é alguma, porque apesar dos queixumes ainda muitos arqueólogos ( na fase de pretendentes a tal, porque após as licenciaturas a inexperiência é inevitável, não digo nos conhecimentos da arqueologia, mas na envolvente de tudo o que implica um acompanhamento arqueológico, e que para o bem e para o mal se desconhece... ) continuam a insistir em exercer esta profissão. O início da actividade é muitas vezes efectuada precisamente pelos acompanhamentos, que, apesar de tudo, ainda são a única forma de receber algum dinheiro para colmatar a despesa da licenciatura e não um meio de subsistência, como têm revelado muitos testemunhos.
Muito sucesso para todos!
 
M. Emília Azevedo
  
> Date: Thu, 6 Mar 2008 17:40:04 +0000
> From: ppaism@portugalmail.com
> To: archport@ci.uc.pt
> Subject: [Archport] tabelas salariais
>
>
>
> Boas!
> A discussão que tem sido levantada nos últimos dias acerca da situação salarial,
> é de facto algo de extrema importância, e, seria de igual importância que não
> ficasse "em águas de bacalhau", como se costuma dizer, mas que desta vez fosse
> algo realmente levado adiante.
> Não tenho muito por hábito participar nas discussões levantadas neste fórum, a
> verdade é que este debate me despertou a participar.
> Como técnico, vejo as (cada vez maiores) dificuldades da profissão. Chegámos a
> um ponto em que, se os Arqueólogos acham os seus "ordenados" desapropriados (e
> são!!), a situação para os técnicos torna-se ainda mais complicada.
> Tenho noção da competição desleal baseada numa redução dos ordenados dos
> trabalhadores em Arqueologia, devido á qual os técnicos se estão a tornar
> "dispensáveis"! Esta realidade tem de ser parada.
> Muito se tem falado aqui de como os arqueólogos e os técnicos poderiam ganhar,
> ninguém está a pedir remunerações milionárias, apenas o suficiente para poder
> suportar diferentes custos que as nossas vidas nos exigem, e o ideal - Juntar
> algum!!
> A minha situação actual é de trabalhador estudante; tendo em conta todas as
> despesas envolvidas, juntando às despesas de trabalho -deslocação - e os devidos
> descontos que têm de ser feitos, torna-se muito complicado! No entanto é do
> conhecimento de todos que nem todos os Técnicos que investem no ensino superior
> de forma a se tornarem arqueólogos um dia e ganharem a vida na profissão que
> gostam se torna cada vez mais difícil, muitos não dispõem de "ajudas extra"!!!
> Como já foi dito as remunerações a que Arqueólogos e Técnicos estão sujeitos,
> estão a roçar os limites do ridículo, e, como também já aqui foi dito, as
> empresas são tão "culpabilizáveis" como os trabalhadores. Muitos de nós tentam
> manter a sua tabela pessoal e não trabalhar por menos de "x", mas tal como as
> empresas (algumas) se vêem obrigadas a baixar os seus orçamentos os
> trabalhadores por sua vez também têm do o fazer, sobre o risco de ouvirem "Ah,
> queres tanto?... então não... arranjamos outra pessoa!!"
> É preciso despertar os futuros Arqueólogos e Técnicos a estabelecerem valores
> pelo seu trabalho. Sei também que todos temos de comer, e por vezes ao fim do
> mês parece que quase não temos o direito de o fazer! Felizmente muitas empresas
> tentam manter os seus "níveis".
> Na falta de Ordem ou Sindicato, o ideal seria que muitos se mentalizassem que se
> têm outras formas de rendimento e não precisam de ganhar tanto, ao menos que
> ajudem os outros, não aceitando remunerações ridículas, e aos novos no meio,
> aconselhamento antes de aceitarem trabalhos... façam contas antes!
> Acho que é altura de tirar partido de uma das poucas "vantagens" que os recibos
> nos proporcionam e estabelecermos os nossos preços mínimos, sob o risco de até
> termos a faca e o queijo na mão e ainda não termos aprendido a cortar o queijo!!
>
> Um abraço
>
> Pedro Pais
> __________________________________________________________
> Continua a preferir gastar mais?
> Compare o preço da sua ligação à Internet
> http://acesso.portugalmail.pt/compare
> _______________________________________________
> Archport mailing list
> Archport@ci.uc.pt
> http://ml.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport

---

Notícias direto do New York Times, gols do Lance, videocassetadas e muitos outros vídeos no MSN Videos! Confira já!