Re: [Archport] tabelas salariais

[arguello@portugalmail.pt]

Boa tarde
Uma das coisas que mais me custou entender quando cheguei, já faz 10 anos a 
Portugal, foi o conceito do trabalhador independente. O que mais me causava 
confusao era o facto de ser como um trabalhador autonomo em Espanha, embora 
pasava apenas o recibo do seu salario e nao das despesas, materiais etc. Na 
prática até, em muitos casos, o recibo verde passava a ser uma especie de 
factura que era entregue antes de receber. O que, naturalmente, nao deixa de 
ser contrario ao próprio conceito de recibo.
Em Espanha um trabalhador autonomo é, a todos os efeitos, um empresario que 
fornece o seu trabalho e tem material próprio de trabalho. Cobra por um 
serviço e passa uma factura na que inclui tanto os valores correspondentes ao 
ordenado como às despesas, que, naturalmente pode meter depois na declaraçao 
às finanças. Igualmente pode emitir uma factura nota de honorario ou uma 
factura proforma pela qual só paga o IVA depois de receber o dinheiro.
Uma coisa é um trabalhador com um contrato, seja pelo periodo que seja, onde 
retençoes, segurança social, materiais, etc sao fornecidos pelo empregador. 
Outra coisa bem distinta é um trabalhador independente (autonomo) que fornece 
o seu trabalho e nao esta vinculado por um periodo de tempo. Um trabalhador 
que, caso ponha material propio, sejam ferramentas, carro, etc, tem de passar 
a factura desses serviços. O problema é que até em Portugal isso até é 
dificil, porque um trabalhador independente nao pode meter muitas cosas na 
declaraçao.
Gostei de um dos ultimos comentarios que indicava que os arqueologos y 
tecnicos deveriam ter também, caso tivessem ordenados adequados, uma atitude 
mais profissional, ter os seus seguros, fazer o trabalho de uma forma mais 
rigurosa, cumprir com horarios e prazos, nao deixar trabalhos quando faltam 
alguns dias para concluir o serviço porque arranjaram um trabalho maior, etc. 
É evidente que com melhores condiçoes tudo isto nao so é possivel quanto 
exigível.
Embora valorice o comentario de Nuno sobre uma possivel reuniao de empresas 
(sei que há contactos interessantes neste sentido), que tem a faca na mao é o 
trabalhador independente. Quando nao falta trabalho quem manda é que trabalha. 
A questao e se perguntar porqué é que ha pessoas ha aceitar ordenados 
miseraveis. Pessoalmente acho que é por falta de informaçao.
Há um ditame em Espanha que diz que "Contra el vicio de pedir está a virtude 
de nao dar". O certo é que se quero contratar um carpinteiro é há poucos entao 
tenho de me sujeitar aos seus preços.
Ganhar tanto como um médico? Porqué nao? Um eletricista ganha em Espanha mais 
do que um medico. É uma questao de oferta e de procura. O certo é que quem nao 
chora nao mama.
Cumprimentos
Jorge Menéndez
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