[Archport] A Corte Portuguesa no Brasil ( exposição )
Title: A Corte Portuguesa no Brasil
(exposição)
Museu
Histórico Nacional comemora o Bicentenário da Chegada da Família
Real Portuguesa ao Brasil
O Museu
Histórico Nacional apresenta de 8 de março a 8 de junho de 2008 a
exposição internacional "Um Novo Mundo, Um Novo
Império: A Corte Portuguesa no Brasil", patrocinada pela
Fundação Calouste Gulbenkian, como parte das comemorações dos 200
anos da chegada da família real portuguesa ao Brasil. A
inauguração aconteceu no dia 7 de março, às 18h, com a presença
de autoridades do Brasil e de Portugal.
Na ocasião,
foi lançada pelo Clube da Medalha/Casa da Moeda do Brasil a Medalha
Comemorativa dos 200 anos da chegada de D. João ao Brasil e
obliterado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos o selo
alusivo à eferméride.
Ilustração registra o embarque da Família
Imperial
Esta é a
única exposição prevista na agenda de eventos do Rio de Janeiro
que enfatizará os aspectos econômicos, políticos e culturais da
vinda da família real portuguesa, dando a oportunidade aos
brasileiros de conhecerem melhor o contexto histórico que cercou D.
João VI, o primeiro monarca europeu a atravessar o oceano
Atlântico e o responsável pelo estabelecimento da sede do maior
império das Américas, entrelaçando para sempre a história do
Brasil e de Portugal.
Dividida em
núcleos temáticos, a exposição conta com objetos e documentos de
importantes instituições públicas e particulares brasileiras e
portuguesas, muitos dos quais inéditos. O público terá a
oportunidade de conhecer desde a situação na Europa com as guerras
napoleônicas, que motivaram a vinda da Corte para o Brasil, até os
motivos que levaram à proclamação da Independência do
Brasil pelo Imperador D. Pedro I.
O núcleo
inicial aborda as conquistas de Napoleão na Europa, em especial na
Península Ibérica, seguidas de biografias dos personagens
envolvidos no conflito - Napoleão, Carlos IV, D. Maria I e Jorge
III. Através de acervo iconográfico cedido por instituições
portuguesas, são mostrados aspectos da cidade de Lisboa por
ocasião do embarque, bem como retratos das infantas portuguesas que
vieram para o Brasil.
´Chegada de D. João VI a Salvador´
Candido Portinari
O núcleo
seguinte aborda o embarque em Lisboa e as dificuldades enfrentadas ao
longo de 54 dias de travessia do Atlântico. A chegada à Bahia, em
22 de janeiro de 1808, está representada pela monumental tela de
Candido Portinari, "Chegada de D. João VI a Salvador",
gentilmente cedida pelo Banco BBM S.A. e Associação Comercial da
Bahia e pela primeira vez apresentada no Rio de Janeiro.
Um importante
conjunto documental, que reúne documentos existentes no Arquivo
Nacional e na Biblioteca Nacional, revela o processo da
"Abertura dos Portos às Nações Amigas", uma das primeiras
providências tomadas por D. João ao chegar à Bahia, marco
inicial do desenvolvimento do comércio.
O Rio de
Janeiro encontrado pela família real e as transformações
ocorridas na cidade a partir da chegada da corte são abordados em
outro núcleo. Instituições portuguesas, como o Arquivo Real, a
Real Biblioteca e o Erário, foram recriadas no Brasil para permitir
o funcionamento do Estado português em solo americano. O livre
comércio, o estabelecimento de indústrias, a introdução de novos
hábitos culturais e a criação de importantes
instituições, tais como a Imprensa Régia, a Real Junta do Comércio
e as Academias científicas, modificaram definitivamente o perfil
colonial do país e introduziram no cenário nacional novas forças
sociais que produziram imagens simbólicas e definiram o poder
monárquico no Novo Mundo.
E foi a cidade
do Rio de Janeiro que mais rapidamente sentiu essas modificações,
com a redefinição do panorama urbano, a introdução de novos
estilos arquitetônicos - sobretudo a partir da vinda da missão
artística francesa de 1816 - e a mudança do comportamento da
sociedade, que passa a viver de maneira cosmopolita: entre saraus,
festas e apresentações teatrais, efervescia a vida
política, social e cultural.
Integram esse núcleo instrumentos científicos contemporâneos a
D. João VI; o trono acústico criado na Inglaterra especialmente
para o monarca; pintura a óleo contemporânea que reproduz com
fidelidade a cena da chegada da frota real à baía da Guanabara; e
objetos de época - mobiliário, porcelanas, condecorações,
etc - além de extensa iconografia do período.
O penúltimo
núcleo aborda os conflitos que se instalaram no Brasil e em Portugal
a partir de 1817, até a decisão das Cortes portuguesas de exigirem
o retorno de D. João VI em 1820, o que efetivamente ocorreu em 1821,
após treze anos em terras brasileiras. Se, ao chegar ao Rio de
Janeiro em 1808, D. João VI desembarcou numa provinciana
cidade colonial, ao partir em 1821 deixou um Brasil bem diferente
daquele encontrado, que se transformaria na sede do maior Império
das Américas.
"D. João VI veio criar e realmente fundou
na América um império, pois merece bem assim ser
classificado o de ter dado foros de nacionalidade a uma imensa
colônia amorfa, para que o filho, porém, lhe desfrutasse a obra. Ele
próprio regressava menos rei do que chegara, porquanto sua
autoridade era agora contrariada sem pejo. Deixara, contudo, o Brasil
maior do que o encontrara."
Oliveira Lima
Conjunto
arquitetônico contemporâneo a D. João abriga o Museu Histórico
Nacional
Como
conseqüência natural da vinda da corte portuguesa para sua colônia
nos trópicos, a alusão à Proclamação da
Independência do Brasil pelo Imperador D. Pedro I encerrará
exposição.
É
especialmente interessante ressaltar que o conjunto arquitetônico no
qual está abrigado o Museu Histórico Nacional já existia quando
a Corte se estabeleceu na cidade do Rio de Janeiro e fez parte
dos acontecimentos de então. Composto de três edificações - a
Fortaleza de Santiago (1602), a Casa do Trem (1762) e o Arsenal de
Guerra (1764) - esse conjunto de origem militar tinha funções
restritas no Brasil colônia, uma vez em que a fabricação de
armas era proibida até 1808. No Arsenal chegavam as partes dos
equipamentos militares chamados de os ¨trens de artilharia¨.
O termo acabou por denominar o arsenal de Casa do Trem, local onde os
¨trens¨ eram fundidos.
Com a chegada
de D. João ao Brasil, o Arsenal passou a ter uma organização
semelhante ao de Lisboa, sendo então denominado de Arsenal
Real do Exército. Transformado em local de produção de
equipamento, passou a atender às necessidades do Reino, ou seja,
produzir munições, uma vez que a Metrópole estava sem
condições de suprir as tropas, em decorrência da guerra
Napoleônica. Ainda na "Casa do Trem" foi instalada em 1811 a
Academia Militar, a primeira instituição brasileira de ensino
superior, origem da primeira escola de engenharia do
país.
Museu Histórico Nacional
website: www.museuhistoriconacional.com.br
e-mail: mhn02@visualnet.com.br