Caro
Filipe Santos, Leia
os relatórios de mais de 10 anos de escavações e levantamentos de arte no Côa
que provam cientificamente a autenticidade e o largo espectro de datacções das
gravuras. Numa
coisa pode ter razão: o museu, importante ponto estratégico para o
desenvolvimento do turismo cultural anunciado, como marca de devolução às
pessoas do conhecimento produzido com os impostos (com que contribuíram)
investidos na cultura que demora a ser construído. Mas isso é consequência de
vontades políticas, não dos cientistas. Depois
de ter lido os relatórios, dê de novo a sua esclarecida opinião e ajude tambem
o MST a esclarecer a sua. Com
todo o respeito, Pedro
Neto From: archport-bounces@ci.uc.pt
[mailto:archport-bounces@ci.uc.pt] On Behalf Of Filipe Santos Concordo com a opinião de Miguel Sousa Tavares. Já há muito
que defendo serrarem as pedras, meterem debaixo de telha num museu criado para
o efeito com umas fotos das sua localização original de modo a poder ser feita
a barragem. As gravuras deixam muitas dúvidas e só por má fé os
especialistas podem afirmar que são 100% genuínas. Não me admirava que um dia
se provasse que este é um grande embuste. A defesa do Sabor um dos últimos rios
selvagens da europa é por demais importante! filipe
2008/7/9 Tiago Fontes <liberdadesempre@gmail.com>: Olá a todos. Gostaria de partilhar esta pérola de opinião douta e sustentada por parte de
um dos mais reputados opinion makers de Portugal, Miguel Sousa Tavares publicada
no Expresso de 5 de Julho de 2008, na sua primeira parte sobre Foz Côa: "1
A história das gravuras de Foz Côa e da futura barragem do Sabor é uma lição
exemplar dos malefícios da demagogia, servida na política. Guterres tinha
acabado de chegar a primeiro-ministro e, dos disponíveis dos Estados Gerais,
foi buscar para ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho (que, depois e quando
a nave socialista começou a meter água, foi o primeiro a saltar fora e,
desmentindo a máxima de Guterres de que 'Roma não paga a traidores', acaba por
ser compensado com o melhor tacho de todo o Estado português - o de embaixador
na UNESCO). Juntos à época, Guterres e Carrilho resolveram inaugurar o mandato
com uma decisão grandiosa: cancelava-se a barragem de Foz Côa, já em construção,
e a benefício da preservação de uns tacanhos rabiscos numas pedras, que alguns
'sábios' e alguns oportunistas decretaram ser gravuras paleolíticas. E nem a
desfeita causada pela maior autoridade mundial na matéria - que, levado a ver
os rabiscos, sentenciou que o suposto Paleolítico teria entre trinta e
trezentos anos - abalou o entusiasmo e a determinação dos então governantes em
jurar que, a partir daí, o património cultural teria prioridade sobre tudo o
resto. Acontece que o Sabor, para quem não conhece, é,
talvez, o mais bonito rio de Portugal, o mais preservado, o mais selvagem. Se
passassem nas televisões um filme sobre os rabiscos de Foz Côa e outro sobre o
curso do Sabor, as pessoas ficariam chocadas ao perceber aquilo que se decidiu
preservar e aquilo que se decidiu destruir. O suposto Paleolítico derrotou o
presente e o futuro. A invocada cultura afogou a beleza - um contra-senso
filosófico que nem o dr. Carrilho conseguiria explicar. Nós destruímos os rios
(e em nome do 'ambiente', como explicou Sócrates) e depois gastamos dinheiro a
construir, e ainda bem, fluviários para explicar às criancinhas o que é um rio.
O problema é que, se as "gravuras não sabem nadar", os rios não sabem
protestar. E é assim que se governa, quando o mais fácil é ceder à
demagogia." Saudações a todos, Tiago Fontes.
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