Como já aqui falou a Fundadora do Movimento para a Salvaguarda do Côa (será injusto não recordar os alunos e professores da Escola Secundária de Foz Côa), lembrei-me de fundar o ?MST ? Movimento para a Salvação dos Tavares?. Os Tavares são uma espécie que se divide em diferentes sub-espécies: as Matos (Helenas), as Mónicas (Marias Filomenas), os Mouras (Vascos Graças), os Viegas (Franciscos Josés), etc, etc. Como característica comum têm o facto de ainda não terem aprendido a lição de Humanidade que o Côa nos dá, e de fazerem muito barulho, que às vezes ecoa nas mentes dos seus incautos leitores. Se é um dever salvar o Sabor, enquanto último rio selvagem nacional, também estes merecem a salvação. Não por se encontrarem em extinção, mas exactamente pela razão inversa. Apesar da arte do Côa estar aberta à fruição generalizada, os Tavares recusam-se a vê-la. Às vezes até vão caçar para perto, imitando, sem saber, os tacanhos autores dos tacanhos rabiscos. Alguns foram mesmo convidados a visitar, mas declinaram. Por isso, como se recusam a aprender esta lição da Humanidade, proponho que, enquanto Movimento, apliquemos a receita da Laranja Mecânica do Kubrick. Dirigir-nos-emos ao habitat natural desta espécie, as redacções dos jornais, e levá-los-emos até uma sala. Aí, manietados, abrimos-lhes os olhos com uma espécie de aplicadores de pestanas. Para lhes humidificar os olhos usaremos um vinho ?resgatado das águas?, o Duas Quintas. De olhos bem abertos, eles serão submetidos à visualização de imagens da arte paleolítica do Côa, nomeadamente o filme ?Côa, o rio das mil gravuras?, de Jean-Luc Bouvret, que recentemente passou na RTP. Enquanto isso, ouvem, como o jovem Alex, a 9ª sinfonia de Beethoven, ou então, as recolhas beirãs e transmontanas do Giacometti, o que dá sempre um ar primitivo. Podemos também tentar obrigá-los a ler alguns dos artigos científicos, que se podem encontrar, por exemplo, no site do PAVC (http://www.ipa.min-cultura.pt/coa), mas só numa segunda fase. Será que, depois de conseguirmos parar uma barragem e salvar a arte do Côa, conseguiremos humanizar os Tavares? Saudações arqueológicas, Luís Luís |
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