[Archport] (sem assunto)
Por onde é que eles andam?
Por onde andam aqueles, que em tempos áureos do IPA e da arqueologia,
não largavam os Jornais com supostos artigos de opinião, sempre
críticos e cáusticos em relação ao estado da arqueologia portuguesa e
da criação do instituto que a tutelava.
Uns, mais políticos medíocres que arqueólogos, outros mais arqueólogos
medíocres que políticos, sentados nos seus pedestais de poder
académico e enfeudados nos politécnicos, universidades, museus e
afins, estavam sempre levianamente prontos a criticar e dizer mal.
O que os movia e incomodava, não era certamente a defesa do património
e da arqueologia portuguesa, mas sim o que representava a criação do
IPA, o salto qualitativo e quantitativo da arqueologia, o fim dos
feudos e reservas de caça, enfim, incomodava-os a emancipação de uma
nova geração de arqueólogos que pela primeira vez teve consciência que
também há arqueologia para alem da orbita de alguns iluminados.
Se assim não fosse, provavelmente os jornais outrora utilizados para
criticar a revolução que a criação do IPA proporcionou, estariam agora
os jornais de hoje, inundados de denúncias sobre o estado calamitoso a
que chegou o organismo que tutela a arqueologia portuguesa, sobre as
ameaças que o património em geral, já diariamente sofre e o recuo das
conquistas conseguidas arduamente na última década.
A estes iluminados, interessa o estado actual da arqueologia e a
inoperância do novo instituto. Interessa um sector sem regras e
creditado que possa balizar e fiscalizar a qualidade da investigação.
A estes Interessa cada vez mais a desorganização, a conflituosidade, o
cooperativismo onde reina quem tiver menos escrúpulos e mais poder.
E a Arqueologia? Interessa para alguma coisa? E a preservação do
património? Interessa para alguma coisa?
Na última década, conquistou-se creditação, prestígio, qualidade e
mais importante ainda, visibilidade e espaço no seio da sociedade civil.
Mas agora... as conquistas demoram sempre a concretizar, perde-las,
bastam segundos.