[Archport] Robô submarino vai ao mar em meados de Setembro
Portugal equipa-se com meios passíveis de também serem utilizados na
arqueologia subaquática.
"Robô submarino vai ao mar em meados de Setembro
Público, 26.07.2008, por Ricardo Garcia
O primeiro robô submarino português capaz de mergulhar a seis mil
metros de profundidade deverá fazer a sua estreia no mar a meio de
Setembro. O veículo de operação remota (ROV, na sigla em inglês) foi
comprado pelo Governo para auxiliar na preparação do dossier para a
ampliação da zona marítima sob jurisdição nacional.
Com o tamanho aproximado de um pequeno automóvel, o ROV está a ser
construído na Noruega e deverá ser entregue a 30 de Agosto. Depois de
transportado para Portugal, será embarcado num navio da Marinha e
seguirá para as campanhas de investigação sobre o fundo oceânico para
além das 200 milhas náuticas (cerca de 370 quilómetros) da Zona
Económica Exclusiva.
A data provável da saída para o mar é 15 de Setembro, segundo Manuel
Pinto de Abreu, responsável pela Estrutura de Missão para a Extensão
da Plataforma Continental (EMEPC). É este organismo que está a
preparar a submissão portuguesa à ONU para alargar a área nacional de
jurisdição oceânica para além da ZEE.
Portugal tem de provar, através de levantamentos sobre a constituição,
a forma e a profundadade do leito marinho, que a sua plataforma
continental ultrapassa as 200 milhas. E é nisso que o robô submarino
irá ajudar. O ROV poderá capturar imagens, posicionar equipamentos e
colher amostras pontuais com uma precisão de três metros.
Na próxima semana, a EMEPC vai atribuir um nome e um logótipo ao ROV,
na sequência de um concurso realizado junto de estudantes do ensino
secundário. Apesar da divulgação nacional, foram recebidas apenas 11
candidaturas.
A preparação da submissão portuguesa às Nações Unidas está em curso
desde 2005. Várias campanhas foram já realizadas e permitem antever
uma extensão significativa da plataforma continental. Entre 240 mil e
1,4 milhões de quilómetros quadrados do leito do mar poderão passar
para a jurisdição portuguesa. Os direitos não abrangem a coluna de
água em si, mas só a exploração dos recursos do fundo do oceano.
Pelo menos 42 países irão pleitear a extensão da sua plataforma
continental, tal como admite a Convenção das Nações Unidas sobre o
Direito do Mar. Já foram apresentadas 12 submissões, a primeira das
quais da Rússia, em 2001. Portugal vai fazê-lo até Maio de 2009. "