Caros Colegas
Tentarei com o meu email retirar algumas
dúvidas a todos os que se têm questionado sobre SIGs nesta
lista.
Esta questão dos SIGs ou das aplicações
informáticas à arqueologia no seu geral (pois não podemos esquecer da
importância de todas as outras ferramentas) é realmente uma matéria de debate e
alegra-me que esteja a ser agora discutida no archport.
Realmente e em continuação do email do meu colega
Gonçalo Velho e Luíz Oosterbeek, os diferentes CAAPortugal e
internacional (computers aplications in archaeology) demonstram talvez os
melhores casos de estudo do que se faz lá fora e cá dentro. Aconcelho como ponto
de partida a qualquer um a consultar as diferentes actas.
Este congresso decorre anualmente e em todos eles,
desde 2003, no caso português, foi desenvolvido vários workshops, incluindo de
SIGs (o tal ABC de que já referiram num email e das suas potencialidades
aplicadas à arqueologia). O CAAPortugal e o próprio Instituto Politécnico de
Tomar têm desenvolvido cursos breves de SIGs aplicados à arqueologia, só que há
aqui um senão, o número de inscritos tem sido sempre diminuto. Por exemplo o
número de pessoas que assistiram ao workshop livre oferecido no CAA2007,
relizado em parceria com o Instituto Politécnico de Leiria, não ultrapassou as
20 pessoas e era gratuíto; incluindo o CET
dado pelo IPT este ano acabou por não abrir, por este mesmo factor. Por isso é
com grande animo que vejo agora que os arqueólogos e os que estão ligados ao
património começam a ter a percepção da sua importância.
Não consigo ver por isso com bons olhos os ataques
que fazem de que Portugal está na cauda da evolução e como é tão interessante o
que os outros fazem lá fora. Não me posso esquecer de que, já em 1999, um dos
trabalhos portugueses apresentados no CAAinternacional, ter sido nomeado para um
dos melhores trabalhos apresentados naquele ano no ambito das aplicações
informaticas à arqueologia.
O problema é que os arqueólogos ainda estão muito
agarrados às tecnicas antigas e possuem um pouco de alergia a tudo o que é
informático, mas em Portugal também se faz coisas interessantes.
Observo nos email que li que o grande
problema é o ensino, faltam cursos, dizem! Mais uma vez tenho de vir em
defesa do ensino e da Instituição para que trabalho - O Instituto
Politécnico de Tomar que há anos se esforça e tem dado provas nesta
área.
Quando vejo num email do archport alguem perguntar
se SIGs como disciplina obrigatória existe mesmo? A minha resposta é sim!!! há
muito tempo que o IPT lecciona como disciplina obrigatória SIGs e não é a única
instituição a faze-la (basta procurar nos programas curriculares de outras
instituições), não só na licenciatura, mas também em todos os graus posteriores
que lecciona.
Se alguem estiver interessado em aprender
SIGs apl. à arqueologia, basta dirigir-se a Tomar. Quer num curso
breve, quer dentro da licenciatura de arqueologia asseguro que aprenderá o
essencial para trabalhar em SIGs. Mais uma dica às empresas quando pensarem em
contratar técnicos para os trabalhos de arqueologia, pensem nos alunos de
Tomar!
Mais ainda, como o meu colega referiu, para o
próximo semestre está a ser pensado num curso greve de SIG (opensource). Por
isso, creio que o primeiro problema está resolvido, quem quiser assistir é
só inscrever-se, enviem-lhe um email!
Uma segunda questão que colocam refere-se à
bibliografia, artigos, trabalhos efectuados, etc.
Mencionar um ou outro caso de uso de SIGs
aplicados à arqueologia começa a ser irrelevante, pois são muitos já a
faze-lo. Eu uso-os há 11 anos e todas as estações que escavo são
tratadas dessa forma.
No entanto deixo aqui 3 citações. Creio que estes
poderão ser as melhores compilações de casos de estudo com referência a estações
portuguesas:
Está no prelo o volume da Comissão IV, do UISPP,
também nele poderão encontrar vários exemplos de relevante
interesse.
Ainda sobre este assunto deixo aqui uma
proposta, quem possuir artigos sobre esta temática, novos ou antigos, o
CAAPortugal está a desenvolver uma página on-line que pretende compilar
vários dados sobre a arqueologia portuguesa e as aplicações
informáticas.
A ideia é estruturar uma linha de força e
congregar esforços nesta àrea e porque não, partir por um compêndio digital de
artigos do que tem vindo a fazer em Portugal. Estamos ao vosso dispor é só
enviar o artigo para o email caaportugal@ipt.pt.
Uma outra questão pertinente colocada refere-se ao
acesso dos dados produzidos em SIG pelos vários arqueólogos. Aqui cabe ao
IGESPAR começar a solicitar aos arqueólogos um tratamento informático dos dados
ou pelo menos solicitar a quem os desenvolve que os mesmos sejam enviados para
arquivo. Ainda que para já seja complicado aceder pela internet a estes
ficheiros, que eles pelo menos sejam guardados e possam ser acedidos na
biblioteca do IGESPAR.
Cumprimentos a todos
Alexandra Figueiredo
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