Re: [Archport] A propósito do novo Museo Nacional de Arqueología Subacuática de Cartagena

["Alexandre Monteiro" <no.arame@gmail.com>]

Basta dizer que Espanha atribuiu 300.000 euros para a investigação do
navio encontrado na Namíbia - que é português - que disponibilizou já
investigadores e estuda as moedas encontradas e que eu duvido muito
que o Estado português encontre a vontade (económica, mas também
política) para enviar um seu representante à reunião que vai lá
decorrer este dia  15 e que vai permitir delinear o plano de acção.

Se calhar deveríamos fundar um banco, talvez um BPA (Banco Português
Arqueológico), entrar em falência e depois pedir ajudas ao Estado....





2009/1/8  <arqueox@kanguru.pt>:
> Caro professor e forum do archport,
> quando há uns tempos atrás,acerca da temática dos SIG, me insurgi contra o facto de em Portugal a investigação e a aposta na formação nesta temática ser muito incipiente ou quase nula, comparativamente com o que se praticava na vizinha Espanha,alguns colegas também se revoltaram e disseram neste fórum, que em Portugal muito se fazia,que havia muita formação, que só não participava quem não queria (mesmo que para isso se tivesse de fazer 400/600 km!?...para se poder ter uma formação!!!).
> Não concordavam com o facto de nós, portugueses, estarmos sempre a dizer mal do trabalho feito por cá... Com este texto caro professor, resume o que de facto, na altura, quis dizer. Muita parra, mas pouquíssima uva...
> Tal como referiu, em Espanha faz-se. Em Portugal, desenrasca-se...! (veja-se o caso da mudança de instalações do IGESPAR.)
> VEjam-se os museus arqueológicos em Portugal e compare-se com os casos apresentados vindos de Espanha...
> De facto, existem bons museus em Portugal, principalmente alguns museus locais... Mas falta um museu Nacional com melhores condições estruturais.
> Em Espanha, num país com 3 milhões de desempregados!!!, continua-se a apostar na cultura, com orçamentos adequados e a aposta na cultura como parte integrante da formação cívica do seu povo.
> Pode não ser o país perfeito, mas respira-se cultura.
> Em Portugal, faz-se o que?! Pagam-se aos gestores enormidades, salvam-se bancos corruptos, dão-se reformas loucas com 5/10 anos de trabalho!?... juntando todas estas migalhas, já podiamos ter um orçamento um pouquinho maior do que o actual (não é dificil...).
> Caro professor, muito obrigado por este mail.
> Jorge Pinho
>
>
>
>
>
>
> ---------------------- MENSAGEM ORIGINAL ----------------------
> Apresentou a archport um oportuno e interessante texto do Professor Martín Bueno sobre o património arqueológico subaquático em Espanha.
>
> Uma vez que alguns dos subscritores da lista poderão não conhecer, recomendo vivamente a visita ao sítio do novo Museo Nacional de Arqueología Subaquática de Espanha (Cartagena):
>
> http://museoarqua.mcu.es/index.html
>
>
> Vejam os vídeos, leiam o histórico de notícias.
>
> Vejam as imagens do edifício do museu e não deixem de ler o documento do MC espanhol onde está o orçamento global do projecto (dá para comparar com os valores avançados nas notícias sobre o orçamento do novo Museu dos Coches).
>
> Leiam bem as notícias, para verem o que é uma política cultural. Uns têm, outros não...
>
> Uns têm uma grande extensão de costa, tiveram um império marítimo e um património subaquático espalhado pelo mundo com o qual se preocupam.
>
> Por isso, actuam no plano internacional na salvaguarda desse património, delineiam políticas de salvaguarda do que conservam nas suas costas, realizam investigação, criam museus nacionais (por acaso, projectados por arquitecto nacional), com modelos de gestão sofisticados, envolvendo os poderes central, em fórmula interministerial, regional e local.
>
> Nós também temos uma grande extensão de costa, também tivemos um império marítimo e temos um património subaquático espalhado pelo mundo.
>
> Por isso, não fazemos caso.
>
> De barcos e navegações não curamos, preferimos o coche (mesmo atropelando os magros vestígios do património subaquático que precariamente conservamos). Projectamos museus com orçamentos astronómicos e arquitecto estrangeiro, onde alegadamente não se revê o Ministro da Cultura e cujo futuro modelo de gestão se desconhece.
>
> Dá vontade de emigrar…
>
> Carlos Fabião
>
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