[Archport] Ainda alguma informação sobre a Palestina

["Rui Gomes Coelho" <ruigomescoelho@gmail.com>]

Aproveitaria ainda para apontar a dois artigos muito sintéticos, e que podem dar uma visão bastante factual sobre os acontecimentos. Um deles do jornalista José Goulão, uma das pessoas que (penso que desde os anos 80 do século passado) mais tem trabalhado sobre estes assuntos na imprensa portuguesa, e outro de Avi Shlaim. Este último é professor de relações internacionais em Oxford e foi soldado israelita nos anos de 1960.

 

“Hipocrisia sangrenta”

José Goulão, 5-1-2009, Le Monde diplomatique (edição portuguesa)

http://pt.mondediplo.com/spip.php?article417

 

(...) Em Gaza, para que conste, não há militares, a não ser os invasores. Existem restos da polícia autonómica, militantes do Hamas armados e organizados como milícias. O resto é milhão e meio de desempregados, famintos e humilhados. Tal é o inimigo de Israel que lançou alguns morteiros, por exemplo contra a cidade de Asqelon, que em 1948 se chamava Al-Majdal e era uma aldeia árabe cuja população, vítima da limpeza étnica em que assentou a criação do Estado de Israel, se refugiou em Gaza. (...)

 

“How Israel brought Gaza to the brink of humanitarian catastrophe”

Avi Shlaim, 7-1-2009, The Guardian

http://www.guardian.co.uk/world/2009/jan/07/gaza-israel-palestine

 

(...) Gaza is a classic case of colonial exploitation in the post-colonial era. Jewish settlements in occupied territories are immoral, illegal and an insurmountable obstacle to peace. They are at once the instrument of exploitation and the symbol of the hated occupation. In Gaza, the Jewish settlers numbered only 8,000 in 2005 compared with 1.4 million local residents. Yet the settlers controlled 25% of the territory, 40% of the arable land and the lion's share of the scarce water resources. Cheek by jowl with these foreign intruders, the majority of the local population lived in abject poverty and unimaginable misery. Eighty per cent of them still subsist on less than $2 a day. The living conditions in the strip remain an affront to civilised values, a powerful precipitant to resistance and a fertile breeding ground for political extremism. (...)