Para os que,
porventura, estejam menos atentos, permita-se-me que introduza uma pequenina
observação, em jeito de comentário tanto às primeiras linhas do texto infra como
ao escrito de V. Oliveira Jorge: Fernando Bragança Gil foi um grande vulto da
Museologia em Portugal e, como universitário, merece ser recordado na História
de Portugal. Daí que, desde o primeiro momento em que se soube do seu
passamento, tanto as listas museum como a histport tenham
prestado a F. Bragança Gil a devida homenagem. Não me pareceu que, por a
Arqueologia não ter sido (creio) um dos seus domínios de actividade (embora
muitos amigos tivesse entre os arqueólogos), que devesse integrar na
archport o in memoriam que, em tempo oportuno, lhe
dediquei. Se pequei por omissão, peço desculpa!
José d'Encarnação
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----- Original Message -----
From: João Cardoso
Cc: jde@ci.uc.pt
Sent: Tuesday, January 27, 2009 1:30 PM
Subject: [Archport] Fernando Bragança Gil Soube do falecimento deste grande
Amigo da Arqueologia portuguesa pela mensagem remetida para este mesmo Fórum
pelo nosso colega Victor S. Gonçalves. Evoco, tal como este meu Amigo, o
companheiro entusiasta e o investigador desinteressado, que pôs ao serviço de
muitos arqueólogos, que então davam os primeiros passos científicos, os seus
conhecimentos de Física Nuclear, como Catedrático dos mais ilustres que era,
desde 1973, da Faculdade de Ciências, e Director do Conheci Bragança Gil era ainda aluno
do 3º ano do Curso de Geologia da Faculdade de Ciências de Lisboa, pouco tempo
antes do terrível incêndio que destruiu quase por completo o interior do velho
edifício do antigo Colégio dos Nobres, em Março de
1978. Apresentei-me um dia ao Professor,
dizendo-lhe que estava interessado na análise de algumas peças calcolíticas de
cobre, do povoado pré-histórico de Leceia, cujo estudo então iniciava.
Recebeu-me de braços abertos, cheio de contentamento, declarando-me que há muito
procurava conhecer arqueólogos para encetar programa de análises sistemáticas de
objectos metálicos pré-históricos, na sequência do que, décadas atrás, foi
levado a cabo em Portugal através de célebre programa alemão, então recorrendo a
análises destrutivas. Assim surgiu o primeiro trabalho publicado logo em 1979,
em Português e em Portugal, sobre análises de artefactos de cobre por métodos
não destrutivos, na Revista Setúbal Arqueológica (cujas peças foram fotografadas
pelo Fernando Barriga, actual Director do Museu Nacional de História Natural da
Universidade de Lisboa e então jovem Assistente de Mineralogia). Este trabalho
viria a ser co-assinado por Gaspar Barreira, que, entre outras coisas, era
o braço direito de Bragança Gil para a concepção e manutenção do complexo
equipamento laboratorial utilizado. Recordo os fins de tarde que passei
nas instalações do Mais tarde, como Director do
De Bragança Gil, que fugiu sempre a
cargos, a honrarias ou a sinecuras, fica a memória, para todos os que dele se
abeiraram, de um homem simples, empenhado e rigoroso, afinal qualidades que
devem ser parte integrante da personalidade de qualquer pessoa que aspire a uma
carreira científica digna desse nome.
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