Re: [Archport] Ainda o MNA e a Cordoaria

[Maria Isabel da Veiga Cabral <isabelveigacabral@gmail.com>]

      Permitam-me acrescentar que o Museu Nacional de Arqueologia  se tem vindo a destacar dos outros museus pela grande qualidade da sua Direcção, do seu pessoal e das suas exposições e actividades culturais paralelas – NINCA SE FEZ TANTO COM TÃO POUCO E (sobretudo) COM TANTA QUALIDADE.

 

A sua deslocação para instalações que se encontram fora do eixo privilegiado que ocupa actualmente; a inexistência de um parque de estacionamento que o sirva;  a não adequação dos espaços ao Museu e às reservas (qualquer deles com especificidades  próprias); o longo tempo que, obviamente, vai ser despendido em obras, tudo isto vai contribuir para privar a cultura portuguesa  de um espaço de aprendizagem, conhecimento e informação fundamentais ... ou até comprometer o seu futuro...

 

Não se pode decidir do futuro das instituições com ligeireza com se um jogo de crianças se tratasse. As boas escolhas são feitas, as  acertadas decisões são tomadas, após ter sido traçada uma estratégia e colocados de parte os sentimentos pessoais, os quereres  avulsos e as situações de acaso.

 

Uma coisa parece certa – tudo mudará e esperemos que não seja para pior e, se tal acontecer,  que isso não seja irreversível.

 

Isabel Cabral

 

2009/2/16, António Carlos Silva <acs.mtpedras@gmail.com>:

Há algumas semanas, perante o avolumar dos indícios, lancei no ARCHPORT um alerta sobre as nuvens negras que pairavam sobre o MNA… Para além da reacção algo descabida de um colega que não percebeu a mensagem e pensou que eu estava a jogar à "batalha naval" ou a pôr-me em bicos de pé, o alerta não teve então outras consequências ao nível da comunidade Archport.

Infelizmente, como se verifica após o assunto ter sido levantado de novo nos jornais, as ameaças não eram tão infundadas como isso e, aparentemente, o MC prepara-se para jogar à "roleta russa" com o futuro de uma instituição já centenária mas bem viva apesar dos efectivos constrangimentos que actualmente apresenta dada a natureza do imóvel onde se localiza. Quanto ao papel e importância do MNA face à cultura, ao património e à arqueologia portuguesa, não faltarão oportunidades para o pôr em destaque, aqui no ARCHPORT e onde mais seja necessário. Relembro apenas que nesta fase de total desarticulação das instituições públicas com tão graves impactos no domínio do Património Arqueológico, o MNA representava ainda, apesar de todas as dificuldades, o garante do mínimo de continuidade institucional que possibilite a transmissão do testemunho de gerações e gerações de investigadores… Pôr em causa a garantia dessa continuidade por motivos conjunturais de negociata política sem suporte em qualquer plano estratégico, fundamentado e sustentado técnica e financeiramente, será puro vandalismo cultural (a que infelizmente nos vão querendo cada vez mais habituar) e deve ser combatido sem tréguas.

Sem falsos dramatismos, mais do que nunca, faz agora todo o sentido o apelo à unidade e à vigilância de todos os que se interessam pelo património arqueológico do país. O MNA é, no desastrado panorama actual da política arqueológica do Estado, praticamente "a última trincheira…"

António Carlos Silva 

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