Prezados companheiros da
Lista Archport,
Espero que não se importem com o depoimento deste
brasileiro que sequer é arqueólogo, mas que acompanha com muito interesse as
discussões aqui postas, graças à generosidade com a qual fui recebido
neste grupo.
No Brasil, há um banco de teses online que
idealmente disponibiliza todas as teses e dissertações defendidas.
E não só as teses, mas muitas outras obras
estão disponíveis em www.dominiopublico.gov.br
Não posso dizer haver se tornado uma
obrigatoriedade legal disponibilizar as teses, mas a maioria dos cursos de
mestrado e doutorado do País reconheceu ser essa uma obrigação moral,
especialmente quando os tais cursos, gratuitos se govarnamentais (como a quase
totalidade), são financiados fartamente às expensas dos contribuintes,
que, dessarte, podem ao menos notar em parte algum retorno de
seu investimento involuntário. Ainda que se reclame de falta de
investimento na pesquisa (e mesmo que que tal investimento ainda não seja bem
administrado), além das copiosas bolsas de estudo, há também os editais de
fomento à pesquisa, as despesas com as instalações e equipamentos e os salários
dos docentes e pesquisadores, que estão muito longe de ser os piores
salários do mundo. Fica, portanto, a esperança de que se retorne à
sociedade alguma satisfação imediata, ainda que outras pagas, na vida prática do
povo, venham a perceber-se mais tarde.
No caso das áreas dos "produtos intangíveis", como
a história e as letras, uma resposta que podemos à nossa sociedade é a
qualificação de nosso possível público através da ampla difusão e aplicação dos
resultados de nossas pesquisas. Como a aplicação é sempre muito mais lenta que a
difusão, partamos, pois, de imediato para a divulgação e para a propagação do
saber produzido.
Quanto ao plágio, não só Vitrúvio, mas muitos
outros, como o próprio Marcial, dele já reclamavam. O melhor é reagir
quando possível, e sobretudo encará-lo como a um desafio. No Brasil, há leis
sobre isso, mas não se as cumpre, e às vezes com a conivência de quem se senta
ao lado de nós. Mas, posto que são respeitadas as leis contra o
homicídio (que incluem o plagiadoricídio), é preciso que falem as
datas, que podem, ao menos, dizer de quem foi a idéia matriz. E eis mais uma
razão para divulgar-se tudo que se produz no
universo acadêmico.
Aceitem meu cordial abraço,
Henrique
_________________________________________________________ Henrique Cairus UFRJ hcairus@ufrj.br www.letras.ufrj.br/proaera/cvhc.htm
|
Mensagem anterior por data: Re: [Archport] Obras do Novo Hospital de Braga | Próxima mensagem por data: [Archport] Teses "online" e a questão do plágio |
Mensagem anterior por assunto: Re: [Archport] teses | Próxima mensagem por assunto: [Archport] TESES... |