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Re: [Archport] Triste Novela

To :   Rui Boaventura <boaventura.rui@gmail.com>, Archport@ci.uc.pt
Subject :   Re: [Archport] Triste Novela
From :   arqueox@kanguru.pt
Date :   Wed, 11 Mar 2009 16:11:29 +0000

Meus senhores,
O impensável aconteceu!
Aviso: Quem se deslocar às instalações do ex-IPA não se esqueça de levar segurança privada e/ou protecção individual....
Passo a explicar.
Tudo se passou quando me desloquei ao ex-IPA, no sentido de consultar uns processos sobre determinado trabalho que ando a efectuar e, qual não é o meu espanto, quando me deparo com um senhor altivo e prepotente, à boa maneira salazarista e vampiresca,a impedir a entrada da minha viatura nas instalações. Esta situação já me tinha ocorrido, pois face ao início das obras, seria provável barrarem a entrada às viaturas automóveis. 
Contudo, não foi, de facto, essa situação que me fez escrever para este fórum.
O que me leva a escrever foi a forma pouco digna e mal-educada, que um certo senhor segurança me abordou, bem como a outras pessoas, e  que apenas pretendiam trbaalhar..
Para além de me tratar como um verdadeiro bombista e um qualquer terrorista da Al-Qaida, pronto a fazer explodir as instalações, teve uma postura que poderá não se enquadrar nos parámetros do bom-senso, para quem tem de dar a cara num trabalho público.
Para além de me afastar em tom bastante rasteiro e dizer que não podia entrar nas instalações com o meu carro (facto que acedi, e logo fui estacionar em outro local), foi a forma como me pediu o bilhete de identidade, dizendo que ou mostrava o B.I. ou não entrava, concluindo com um: "Se quer reclamar vá lá acima, pois são ordens superiores."
Das duas uma, ou há aqui uma grande confusão ou é muito grave o que se está a passar.
1- Se as ordens vieram de cima, pergunto se vieram de Deus (?)..., pois não estou a ver outra entidade que possa impedir a consulta de processos públicos, salvo um acontecimento que assim o obrigue;
2- Devo relembrar a finalidade das instalações do ex-IPA e da sua biblioteca?... Pois se devo, então digo que, a doação dos livros provenientes da biblioteca do Instituto Arqueológico Alemão, tiveram o propósito de serem consultados pela comunidade arqueológica portuguesa e não só...
3- O actual IGESPAR é um instituto público e suas instalações são de domínio público.. ora, se o é, como garante da defesa dos interesses do estado português e seu património, também os arqueólogos o são, pois defendem estes mesmos interesses. 
4- Esta forma de abordagem e intimidação não é digna de um estado de direito e muito mais se foi a mando de "cima"...

Vamos ver se nos entendemos:
1- Só uma autoridade policial pode exigir a amostragem do documento de identificação; que eu saiba, este senhor não é polícia;
2- Se fosse para controlar a entrada das pessoas e aí acho muito bem, bastava pedir amavelmente...
3- Se as instalações do ex-IPA estão em processo de obra, com as dificuldades inerentes a um processo de mudança, deveria ser comunicado no site, para toda a comunidade, como se processa a entrada nas instalações e respectivos condicionamentos;
4- A consulta de processos termina hoje e sem qualquer aviso prévio no site da instituição.
5- Temo um futuro pouco brilhante para esta profissão.

Jorge Pinho
 






---------------------- MENSAGEM ORIGINAL ----------------------
O Museu Nacional de Arqueologia, a Cordoaria e as instalações do ex-IPA

No meio de avanços e recuos, comunicados e notícias, até contraditórias,
iniciaram-se - e anunciaram-se - as obras para o novo museu dos Coches nas
instalações do ex-IPA, na Av. da Índia em Lisboa.
Isto tudo sem se ter movido um único funcionário, colaborador ou
investigador do seu posto de trabalho, sem se ter relocalizado o arquivo, a
biblioteca e os valiosos espólios aí depositados.
Parece que um Ministério, que não o da Cultura, encetou um estratégia do
empurra, do facto consumado e prepotente (à boa imagem do seu líder
primeiro), cercando e cerceando os espaços dos serviços do ex-IPA até que,
por exaustão, se desista e se esqueça o assunto de vez, pondo-se mais uma
pedra sobre este incómodo do que é o?Património.
Entre promessas de idas para a Cordoaria e para a Ajuda, só esta última
parece estar em vias de se concretizar.
Para a primeira solução resultar não basta só o interesse e a boa vontade:
esta foi inabilmente enredada ao Museu Nacional de Arqueologia e ao Museu de
Marinha, estando por demonstrar se se consegue de facto matar estes três ou
quatro coelhos de uma assentada?
Mais do que palavras, toda esta situação só vai ser clarificada com curso
que os acontecimentos vão tomar:
- Se vamos ter um museu dos Coches de que não precisamos, pelo menos assim?
- Se os desalojados Serviços de Arqueologia vão ser de facto relocalizados
com condições de funcionamento imediato?
- Se de facto o Museu Nacional de Arqueologia vai ser despejado para dar o
seu remanescente espaço ao Museu de Marinha?
Parece que para concluir a desconstrução da defesa do Património
Arqueológico português só falta mesmo decidir a construção da barragem do
Côa - a ser verdade um rumor que circula atribuído ao centro de poder do
país.
Agora, segundo fontes que estiveram no local (Avenida da Índia), os portões
foram fechados, as entradas são controladas, mas não se sabe se isto é por
razões exclusivas de segurança ou também por mais uma falta de
transparência.
A ver vamos.
De toda esta triste novela, resta a má fé e a incompetência do Ministro da
Cultura e dos seus subalternos políticos, nomeadamente o director e
subdirectores do IGESPAR. Agora percebe-se a necessária Lei da Rolha!

-- 
Rui Boaventura
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