Re: Re: [Archport] DEMISSÃO, JÁ !
Caro Alexandre,
sinceramente, o problema não está na demolição das estruturas, mas sim neste processo pouco transparente, em que se verificam mudanças todos os dias sem darem cavaco a ninguém..
O problema está no facto de não ter sido devidamente acautelada a mudança de instalações. O problema está na atitude arrogante e pouco respeitadora em relação aos técnicos do património e todo o acervo bibliográfico e material presente nas actuais instalações. O problema está no impedimento à consulta de processos públicos e no impedimento à investigação arqueológica que, independentemente deste processo todo, continua a decorrer...
O problema não está em pedirem-nos o bilhete de identidade. Está na forma autoritária,salazarista e desajustada como nos pedem... Se tivesse lido o que escrevi anteriormente, percebia isto que disse. Em tempos disse que, apesar deste triste episódio de que fui alvo, também era a favor do controlo de entradas e saídas das instalações.. O problema é que, para pescar não se levam metralhadoras....
Por outro lado, também eu estou de acordo consigo no que respeita a uma mudança de instalações condizentes com uma profissão científica como a nossa. Também eu estou de acordo consigo quando fala na trapalhada acerca do navio português encontrado na Namíbia.
Acho que toda a gente quer melhores condições. Toda a gente quer um museu digno condizente com a nossa qualidade patrimonial. Toda a gente quer ser bem tratada e não enganada. Mas uma coisa é certa, tratarem-nos como se não tivessemos opinião é a mais profunda falta de respeito. Para além de se esconderem na frase "Projecto de interesse Nacional", como forma de passar por cima dos estudos de impacte.... Num país democrático, nada justifica o que agora passamos...
Neste país não há nunca dinheiro para nada, no entanto, aumenta-se as verbas a distribuir aos partidos políticos...
Esta não é uma questão política, mas sim de moral.. Há quem a tenha e há também, quem não saiba o que isso é.
Jorge Pinho
---------------------- MENSAGEM ORIGINAL ----------------------
Sinceramente, causa-me alguns engulhos estes pedidos de demissão ou este
rasgar de vestes em público só porque se procede à demolição de umas quantas
casamatas de cimento que andam a cair de podres - sim, a cair de podres.
Espanta-me também que se peça acompanhamento arqueológico para o derrube de
muros com alguns anos de vida, sem que haja quotas de afectação no solo ou
no subsolo, ou que nos indignemos porque nos pediram o BI à entrada do
ex-IPA (estranho é nunca no-lo terem pedido, tendo em conta a absoluta falta
de segurança em que se encontram as colecções lá armazenadas), ou ainda que
achemos mal que se passe o ex-CIPA e o ex-CNANS e a biblioteca daquele
tugúrio, onde se arde no Verão e se congela de Inverno, e de onde as telhas
voam e a chuva entra a rodos, para umas outras instalações, quaisquer que
elas sejam, onde não haja aquela ruína toda.
Mas, o que me espanta mais, é que se fique calado quando se constata a
absoluta inoperacionalidade da vertente arqueológica do IGESPAR, nas suas
competências de fiscalização e salvaguarda do património; quando se envia a
reuniões do mais alto nível um diplomata da Cidade do Cabo ao invés de um
arqueólogo de Lisboa - "porque não há dinheiro.." - reunião essa
determinante para se decidir o futuro de um espólio dos Descobrimentos
quinhentistas portugueses; quando, para o mesmo naufrágio da Namíbia não há
um tostão para se fazer o seu estudo - "o orçamento, a burocracia, a
conjuntura, a crise, etc." - e têm que ser os espanhóis a avançar com
300.000 euros (pelo menos que fiquem estudados e salvaguardados os numismas
espanhóis); quando nada se diz perante a iminência dos avençados do IPA
ficarem (mais uma vez) sem contrato no final de Maio e nada haver acordado;
o que mais me espanta, dizia eu, é que se dê importância a uma vela arder
quando há nossa volta tudo é um mar de chamas.
Ou então, se calhar, as Oficinas são património classificado e eu não sabia,
2009/3/17 Jorge Feio jorgefeio77@hotmail.com
Tudo o que se está a passar em Lisboa é vergonhoso. Andamos nós a defender
o respeito pelo património que é de todos e o Estado Português dá um
belíssimo exemplo do que é viver sob a alçada de uma ditadura democrática,
onde nós só servimos para colocar os ditadores no poder.
Há acompanhamento arqueológico dos derrubes e movimentações de terrasdesta
obra? Quem é que o está a fazer
Deve ser o (a) Arqueólogo (a) mais triste de Portugal, concerteza.
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