Museu de
Mação elogiado por parceiros
No decorrer das
IV Jornadas de Arqueologia Ibero-Americana, que decorreram em Mação, entre
5 e 7 de Março, foram muitas as considerações feitas sobre o
Museu de Arte Pré-Histórica e
do Sagrado do Vale do Tejo e os projectos em que se encontra envolvido.
Para João
Nogueira, do Núcleo de Estudos Negros (Brasil), ?o Museu tem uma singularidade que nos atrai
profundamente, conhecendo sobretudo outras iniciativas de investigação em
Portugal e noutros países ibéricos. Primeiro, porque a compreensão, no que
diz respeito à pesquisa arqueológica, não está naquele universo básico das
investigações, podendo abranger várias outras áreas e, particularmente, a
minha própria pesquisa que é uma demonstração de que nós não estamos só
preocupados com líticos ou, essencialmente, com a arte rupestre. Mas sim
pensando a dimensão das populações, o deslocamento das populações e a sua
história. E, sobretudo, fazendo com que essa investigação tenha
potencialidade para o uso prático da vida das
pessoas?.
Já José Luís de
Morais, Director do Museu de
Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (Brasil), afirmou que
o ?Museu de Mação é uma
experiência muito interessante. Estive poucas vezes em Portugal, mas as
vezes que aqui estive eu percebi, da perspectiva do turista, que há várias
pequenas cidades portuguesas que têm os seus castelos, que chama a atenção
com o seu património edificado. E em Mação nós não percebemos isso. Acho
que o Museu passa a ser
entendido como elemento de identidade desta cidade e, certamente as suas
acções, ao envolver a população. Creio que é uma experiência muito
interessante para a cidade também porque há muitos elementos?, de vários
países, ?de várias cores, com várias indumentárias e é muito interessante
a cidade aprendendo com essa diversidade?. Reforçou ainda que ?o
Museu envolve exposições
pequenas no porte, mas grandes de conteúdo e com uma estratégia
museológica e museográfica muito competente. Nesse sentido, a equipa do
projecto de pesquisa, liderada por Luiz Oosterbeek, está de
parabéns?.
Saldanha Rocha,
Presidente da Câmara Municipal
de Mação, salientou que ?esta é uma ligação clara ao mundo exterior. A
nossa dinâmica não se atrapalha com os nossos escassos recursos
financeiros ou com a nossa reduzida equipa de profissionais que, quando
comparada com os organismos do Estado Central, reflecte um nível de
empenho acima da média. O nosso espaço, o nosso território, deve pensar-se
sempre e em ligação ao mundo exterior, sendo fundamental assegurar a
ligação ao Ensino Superior e às Redes Internacionais do conhecimento,
certificando-nos, acreditando-nos, auditando-nos, pela valorização da
nossa diversidade cultural. Com efeito, maior cooperação em todos os cinco
sentidos, mais parcerias, mais diversidade, farão de nós um só povo, um
povo singular. Hoje, da minha Aldeia, consigo ver o resto do
Mundo!?
Refira-se que o
Museu de Arte Pré-Histórica e
do Sagrado do Vale do Tejo é uma iniciativa municipal, mas com uma ambição
estratégica internacional. Resulta de uma excelente cooperação entre o
Instituto Politécnico de Tomar e a Câmara Municipal de Mação e afirma-se
hoje como um pólo de referência na área da arqueologia e da arte rupestre
internacional.
Sede de um
Mestrado e de um Doutoramento (do IPT/UTAD), o Museu de Mação e a sua extensão de investigação
? Instituto Terra e Memória ? coordenam diversos projectos de investigação
e de gestão do património não só em Portugal, mas também a nível
internacional em países como Espanha, Brasil, Senegal e Colômbia. Recebe,
neste âmbito universitário e de investigação, todos os anos, alunos de
todos os continentes que, em Mação, desenvolvem o seu percurso académico,
profissional e, até mesmo, pessoal. |