In memoriam de José Diogo H. Sêco Ribeiro Foi ontem (domingo, dia 4) a sepultar Mestre José Diogo Henriques Sêco Ribeiro, assessor (desde 2002 e, antes, técnico superior desde 1993), no Museu Monográfico de Conimbriga. Natural de Leiria (29-11-1958), sofrera, no passado dia 24, um AVC, de que não logrou recuperar. Que descanse em paz! Desapareceu, com José Diogo, uma personalidade nem sempre fácil no trato, é certo, dada a sua verticalidade, a sua ânsia de justiça, o seu empenho em tudo fazer pelo melhor; mas um amigo do seu amigo e um trabalhador incansável. Tive ocasião de privar mais de perto com ele quando, no ano lectivo de 2002-2003, frequentou assiduamente a parte lectiva do Mestrado em Museologia e Património Cultural, na Universidade de Coimbra, que terminou com a notável classificação de 18 valores. O seu referido empenho levou-o a ser dos primeiros a concluir, em 2005, com a mais elevada classificação, a dissertação de mestrado, intitulada Subsídios para o Estudo do Património Artístico de Coimbra ? A Colecção de Frascos de Rapé de Manuel Teixeira Gomes, um estudo singular a merecer publicação integral.
Foi, aliás, um dos estudiosos de Museologia que muito se interessou pelos
espólios orientais presentes em museus portugueses, tendo-lhe sido concedidas,
para esse estudo, bolsas pela Fundação Oriente, como investigador, de
De anotar, nesse domínio, as suas seguintes publicações:
No âmbito da actividade em Conimbriga, deve-se-lhe a colaboração na preparação de: Conimbriga, Guia das Ruínas, Edições Asa, 2003; e do CD-ROM Mosaicos de Conimbriga, 2004.
Do seu currículo académico e profissional, registe-se ainda que se
licenciou em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, com
informação final de Bom, em Julho de 1982; foi professor do Ensino Secundário de
Candidatou-se, em 2006, ao cargo de direcção intermédia de 1º grau ? Museu da Terra de Miranda, no Âmbito do Instituto Português de Museus, em que foi classificado em 2º lugar. Ainda recordo, porém, o entusiasmo com que falou da hipótese de trabalhar nessa zona de Trás-os-Montes, disposto a deslocar-se para lá «com armas e bagagens» e muita vontade de dinamizar, em torno do museu, o ambiente cultural da cidade. Sob orientação da Profª Doutora Regina Anacleto, preparava, agora, o doutoramento em História de Arte, com a dissertação intitulada Coleccionar em Portugal nos inícios do séc. XX: Camilo Pessanha e Manuel Teixeira Gomes. Constitui, certo, um lugar-comum, mas há que não hesitar em afirmá-lo: com o desaparecimento de José Diogo Seco Ribeiro, a Museologia portuguesa ficou mais pobre!
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