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[Archport] Sete Fontes - Braga

To :   José d'Encarnação <jde@fl.uc.pt>, archport <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Sete Fontes - Braga
From :   Francisco Lemos <sandelemos@gmail.com>
Date :   Tue, 12 May 2009 14:47:58 +0100

Excerto do comunicado hoje divulgado pela ASPA, entidade que tem intervido em Braga desde a década de 70  (os seus alertas estiveram na origem do Salvamento de Bracara Augusta), assinado por Miguel Bandeira, presidente da associação:

"Desde que a Câmara Municipal de Braga (CMB) realizou os primeiros trabalhos do Plano Director Municipal (PDM) nos idos de 1993 (particularmente desde 1995, quando foi instruído pela ASPA o processo de classificação patrimonial) que a autarquia tem conhecimento oficial do valor patrimonial das Sete Fontes. Desde então ignorou-o como Monumento Nacional (MN), abandonando-as à cobiça dos especuladores imobiliários e deixando-as entregue à degradação pelo vandalismo e as intempéries. Ao longo destes anos a CMB jamais cedeu na autorização que deu para urbanizar o local, conforme se pode provar pelo “esquecimento” que lhes atribuiu em sede de PDM: na “revisão” de 2001; nas “alterações” de 2005 e 2008; e nas “rectificações” de Março e Outubro de 2008 e Abril de 2009… 

De facto, a CMB por sua iniciativa nunca condicionou o uso construtivo do solo para as Sete Fontes, que é factor de ameaça às suas 13 minas de água, à obra hidráulica setecentista e à área verde envolvente. É, pois, uma falsidade afirmar-se que a CMB nestes anos alguma vez protegeu as Sete Fontes.

O pseudo-projecto sobre as Sete-Fontes que veio agora a público é a prova acabada da hipocrisia e da má-fé que as instituições públicas responsáveis pela defesa do património têm tido neste processo. Mais do que a estratégia cúmplice e persistente que visa a desfiguração do MN e a destruição irreversível do seu valor eco-patrimonial, estamos perante a confirmação de que os interesses imobiliários da construção civil dirigem a estratégia política da CMB. É intolerável hoje, num País europeu, que tem directivas muito exigentes quanto à defesa do património cultural, dos recursos aquíferos e do ambiente, mais a mais, quando certamente a UE participa no financiamento do novo Hospital, que se tolere um atentado ao património como aquele que decorre do projecto vindo a público.

Perguntamos como é possível admitir a construção de uma via variante
(do tipo auto-estrada mais os nós rodoviários) sobre um Monumento Nacional?! Como se é possível tolerar mais um arruamento e respectiva urbanização?! Tudo junto a empanturrar a zona verde das Sete Fontes, numa cidade que tem mais de 15 000 alojamentos vazios?! O pseudo-projecto que foi há dias introduzido cirurgicamente no "pavilhão municipal" da "Feira das Freguesias", a modos de quem não quer que se saiba verdadeiramente as nefastas intenções que a CMB tem para as Sete Fontes, mais não tem do que o objectivo hipócrita de caucionar, em ano de eleições, a confrangedora ausência de debate >> público em Braga e o demissionismo da autarquia face ao espaço público"



No mesmo vale onde corre o aqueduto setecentista passa a Via Nova (Geira) e admite-se que existem inúmeros vestígios das épocas romanas e medievais, incluindo sistemas de abastecimento de água e estruturas de actividades artesanais.

Faço votos para os responsáveis que tutelam o património reprovem o plano da CMB, presidida pelo Eng. Mesquita Machado.

Francisco Sande Lemos

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