Caros, em resposta ao mail de notícia que enviei para esta lista
sobre a descoberta da ara de VISSAIUM, de Viseu, recebi do Senhor Herbert
Sauren esta leitura com cometário da referida Ara e que ele me pede para
publicar na lista. Assim, aqui vai: DEI SA B‘AR ICO DEI S‘A B‘AR VISSAIICI B‘AR M-ARINVS CIMB2RIM I V.S.I.M. Ao deus das aldeias. Ao deus do lugar dos Vissāici. Na
aldeia, Marinus dos Cimbros I(pse) v(otum) s(olvit) i(n) m(erito). Comentário. DEI, *dei, ao deus, 1, 3. A inscrição votiva não
deixe outra possibilidade que ler o dativo de deus em latim. Linha 3 usa o
traço vertical duas vezes, I / B > S2. S2A, l, > S2‘A, 3. As linhas 1 e 3 são
idênticas, mas devemos aceitar que a letra A, 1, corresponde à O, 3. Isso é
provável numa inscrição do séc. I d. C. A letra em forme de O é ayin + a, cf.:
‘A. A letra que tem a forma da maiúscula B, represente o fonema S, com muitos
exemplos em Portugal, cf.: AMBATUS > Hamsatus, “Quintus”, em São Pedro do
Sul, etc., bilingue de Clermont Ferrand, e Estremoz. SA, *ša, é a preposição
determinativa, “de”. B‘ARICO, 1-2. Cf.: port.: barro, lat.: barrum,
argila, ant.: lugar pequeno, aldeia, junta-se a desinência diminutiva – ico. VISSAIICI, *Vissāici, genitivo, “dos habitantes
de Viseu”. B‘AR, 5, é um acusativo, locativo, falta a vogal
da desinência. M-ARINVS, 6. Cf.: lat.: marina, “marinha”. Marinus, é o nome
e / ou a profissão da pessoa que mandou a ara votiva. Ele foi um marinheiro,
chegou via marítima. A letra A esta inscrita na letra M. CIMB2RIM, 7. A palavra é uma identificação da pessoa. Um
nome de um povo será possível, para indicar donde vinha o Marinus. A leitura
com II não faz sentido. Há inscrições em latim, onde II é igual à E, o povo dos
Cimérios, *Cimerim, será uma das possibilidades. Outra possibilidade será ler
II = B, secunda letra do alfabeto, atestada também nas inscrições do séc. I d.
C. Os Cimbros vinham do norte da Germânia, invadiu a Gália, no séc. II d. C. A
desinência –im, *–īm, é a desinência do pl. semita do noroeste, cf.: MLH K.
26.1: GMONIM AM, *Germanim am, “do povo dos Germanos”. Prefiro contactos com o
norte da Europa no norte de Portugal, refiro aos Suevos mais tarde, séc. IV/ V
d. C., mas isso está para discutir. Em paralela: DEI S2A B‘ARICO, “deus da aldeia”, temos: GENIO
CAR, GENIO MUNICIPIO, “genius da cidade, genius do município. Pois nada de
surpreendente. O Senhor pode utilizar a minha tradução, por no
archport, etc. com o meu nome. Saudades Herbert Sauren António Luís Tavares Arqueólogo |
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