[Archport] As teses do "bombeiro" piromaníaco, ou as palestras do "arqueómano" oportuno.
Tanto frenesím, tanta eloquência, para apagar os fogos que ateou !
Para quem não tenha tido a felicidade de acompanhar nos últimos anos o percurso deste excêntrico perfil, profícuo em rocambolescos episódios, as suas exaustivas intervenções, em grande parte plagiando as mais ilustres sumidades, e abordando, e simulando aprofundar as mais variadas temáticas, resumem-se á necessidade de se insinuar em meios elitístas e,ou, cultos, e promover as suas diversificadas actividades lucrativas.
Para este "arqueómano" sempre na moda das tendências comerciais, as teses de que se apropria, são simplesmente uma forma de esclarecer a estupefacta nação, de que sabe que existem gatunos que furtam arte sacra, que existem saqueadores profissionais que espoliam jazidas arqueológicas, e jeitosos que copiam obras de arte e antiguidades, e que o mercado português está inundado de mercadoria com estas proveniências. Como tal, para que não vão parar a outras mãos, e o seu colossal número em circulação não banalize e desvirtue os valores do mercado instituido, e utilizando-se do simulacro da fruição publica, o melhor é serem adquiridas por mecenas, ou por entidades oficiais, ás quais se prestará como mediador.
Assim, entre dezenas de antiquários portugueses e espanhois, foi mediando arte sacra e antiguidades roubadas por amigalhaços ciganos, na sua totalidade apreendidos pela Polícia, mas cujos lucros no início da sua carreira lhe pemitiram fundar e participar em várias empresas da área cultural. Promoveu reproduções infantis de Velazquez, que colocou por dezenas de milhares de contos, e foram objecto de ridículo internacional. Desencantou supostas "colecções" de objectos ditos arqueológicos, pretensamente achados no Baixo Alentejo (o El Dorado nacional), mas constituidas por peças nacionalmente e internacionalmene espoliadas, furtadas, e, ou forjadas, que presumidamente "irão revolucionar a arqueologia nacional", que encaminhadas para bancos de lavagem de dinheiro, e fundações subvencionadas com dinheiros da Comunidade Europeia, renderam á sua pessoa e ao seu grupo de "coleccionadores" centenas de milhares de contos.
Como as coisas nem sempre lhe correm bem, ou antes como os esquemas desse género nunca acabam bem, e as suas aventuras têm sido denunciadas na praça, e correndo o risco de ser reponsabilizado pelos seus actos, qual bombeiro piromaníaco, percorrendo inúmeros foruns temáticos desdobra-se em titânicos esforços de explicar á comunidade, o que o moveu.
Para isso considera que a melhor estratégia é empregar uma linguagem eurudita para afastar comentários e opiniões incómodas de eventuais interlocutores, abusando do método até á exaustão. Um maçador !
No fundo uma bisarrice sem precedentes, fruto de uma personalidade dupla. Imaginem esta figura numa taberna em Mérida rodeado de "prospectores" espanhois, muitos deles trabalhadores rurais, de modos simples, com a linguagem que lhe conhecemos, a encomendar-lhes cipos romanos, ou máscaras funebres em ouro. Ou no Ribatejo em acampamentos ciganos, a brindar com os patriarcas, o sucesso de mais um bom negócio de meia dúzia de bustos neo-clássicos de jardim !?
Como para a maioria, deve ter sido uma charada o último texto deste senhor, aqui posto um link aos tópicos que restam do Fórum Arqueologia, que o contextualizam, embora não o confirmem.
E agora dirigindo-me á personagem em particular, só lhe digo que as suas intervenções são confrangedoramente artificiais, e embora concorde com muito do que reproduz, não tenho necessidade de ser interpelado por si, para mo destacar, já que a matéria está disponível e acessível nos mesmos lugares onde se inspira. E não assuma ares de guru, que eu pelo menos pela sua antipatia, não lhe dou espaço de manobra.
Toda a gente tem direito a uma segunda oportunidade. O senhor já desperdiçou várias, mas mesmo assim ainda não é tarde para reconstruir a sua vida de forma honesta, por isso nem que seja na imigração faça um esforço.