Exmo Sr. Manuel Avó,e demais interessados pelo tema neste forúm,Li a sua mensagem com bastante interesse e parece-me que o seu título é uma das pista que poderia ser seguida, com certeza.Não quero nem posso apresentar hipóteses sobre o que expôs... Aos olhos do cidadão expoliado do património móvel e integrado, há de facto muita coisa por explicar nos casos de furto.Sou natural e vivo no Alentejo, e há um problema que é muito semelhante a outras áreas do país, ou mesmo em Espanha ou em França, caso que conheço melhor.O património está espalhado, numa região de fraca densidade populacional e torna-se mais difícil assegurar uma vigilância permanente sobre as obras "cobiçáveis". Não significa isto que não existam respostas, mesmo que não seja integralmente satisfatórias.Achei particular interesse nas suas considerações finais, que transcrevo:"Então porque é que dos responsáveis por mais de duzentos edifícios históricos, e igrejas nacionais saqueadas, só foram processualmente identificados e detidos, os alegados ladrões de um pequeníssimo número de furtos, e condenados, um ainda menor número, quer de operacionais, quer de comerciantes que pretensamente os instigaram ?"Coleccionadores nacionais e estrangeiros, que adquiriram milhares de obras de arte e antiguidades portuguesas furtadas, a maioria ainda não apreendidas pelas autoridades, destes então, que se saiba nem um foi sequer condenado pela suposta receptação dessa imensa caverna de Ali Bá Bá !"O problema que se reflecte nesta sua análise é, na maioria dos casos, falta de inventariação!Parece simples, mas a verdade é que mesmo a Igreja, através das Dioceses, que é responsável em Portugal por cerca de 70 a 80% do património artístico móvel, só agora é que está a proceder à inventariação dessas peças. É um trabalho moroso e que apesar de permitir ter um elemento de identificação das peças, nem sempre é de fácil gestão e tem um custo, por vezes bem elevado para certas Dioceses que temos em Portugal.No caso dos particulares, contra o que se possa pensar, em 90% dos casos de furto não existe nem documentação nem fotografias. Imagine-se o "mar de oportunidades" para os tais alegados ladrões que refere.E isto são dados comuns ao resto da Europa, tudo confirmado por orgãos de investigação e de cooperação policial como a INTERPOL.Em 2007, ocorreram em PORTUGAL, 142 furtos de obras de arte em que foram furtadas cerca de um milhar de obras (+81% do que em 2006).Nesse mesmo ano (2007), o número de assaltos a máquinas multibanco atingiu as duas centenas.Então porque é que o multibanco aparece na abertura do telejornal e não o furto da obra de arte???Parece que poderá haver um à priori cultural - ninguém se interessa muito pela pessoa a quem foi furtada eventualmente uma peça de familia, mas o multibanco toda a gente utiliza.Deveria então também haver uma análise sociológica da informação veiculada em Portugal que possa explicar, concretamente, esta diferença de tratamento editorial.Para além deste ponto, volto à minha convicção original - não há informação a dar, nem à polícia nem aos jornalistas.E em nos casos de furto de obras de arte que sejam mais mediatizados é mais fácil recuperar-se as obras em questão. Há vários casos de particulares a quem isto aconteceu.É por estas razões, que me dedico à marcação de segurança de obras de arte: para aumentar a probabilidade de se reencontrar a nossa peça e não a sua cópia, como algumas vezes acontece.Mais do que uma acção preventiva é uma segurança acrescida.Deixo-o com estas minhas consideração.Ao seu dispor e de todos os interessados,Com os meus melhores cumprimentos,David PolicarpoDIGITRACE PORTUGAL - Identificação e marcação de objectos de valor
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T. / F.: (+351) 266 746 505----- Original Message -----From: Manuel AvóSent: Thursday, May 21, 2009 4:18 AMSubject: [Archport] Estudos sociológicos para identificar e localizar o modus operandis dos gatunos do património nacionalDiz-se para aí, exaustivamente, que os gatunos do património histórico e artístico nacional, são operacionais de etnia cigana, constituídos em pequenos bandos (veja-se a recente reportagem da SIC sobre o surto de roubos de arte sacra que foram cometidos durante mais de uma década pelos clãs, do litoral Oeste, de Évora, e do Baixo Alentejo, designadamente daqueles que se instalaram em Cuba, Vidigueira, e Serpa), treinados e instruídos por contrabandistas estrangeiros de obras de arte, especialistas ligados a redes transnacionais com ligações ao narco-tráfico italiano e dos Países Baixos.
Redes que se ocupam em trocar com os ciganos, as obras de arte de interesse e procura mundial, por remessas de estupefacientes, e os destribuiem pelos mercados de antiguidades do norte da Europa, USA, Japão, e península arábica.
Indivíduos que nos últimos anos progrediram, no apoio logístico, e em informações do terreno, a tradicionais saqueadores espanhois de jazidas arqueológicas, em Portugal e Espanha, e se dedicam com grande sucesso a substituir os habituais "piteros" espanhois que nos visitavam impunemente, e a destribuirem as peças desses géneros, em mercados de velharias em ambos os países.
E perceba-se porque é que a Polícia portuguesa sabe há muito quem de entre eles, se dedica em concreto a essas actividades criminosas, e pôde perceber e identificar o seu modus operandis, e localizar tanto a mercadoria subtraída, como a mercadoria espoliada. E recuperá-las caso se decidissem a fazê-lo !
Pelo seu escasso número, e porque um dos principais elementos de coesão e equilíbrio social entre os ciganos diz respeito á relação que mantêm com o território físico (regiões geográficas onde se instituiram direitos exclusivos de permanência, comércio, e influência "política"), e com o território imaginado (actividades assaz lucrativas lícitas ou ilícitas, monopolizadas, e tranversais aos territórios físicos). Dividindo-se o mundo em zonas e monopólios, onde só os clãs que delas se apropriaram inicialmente, podem praticar as actividades sob investigação policial, não sendo permitido a outros sequer transitarem, ou emiscuirem-se, pelos territórios alheios sem autorização previamente acordada.
http://imigrantes.no.sapo.pt/page6.EmigPortEsc02.html
http://www.oi.acidi.gov.pt/modules.php?name=News&file=article&sid=976
http://www.multiculturas.com/cjs-politicas_educativas.htm
http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/ciganos/ciganos02.html
Então porque é que dos responsáveis por mais de duzentos edifícios históricos, e igrejas nacionais saqueadas, só foram processualmente identificados e detidos, os alegados ladrões de um pequeníssimo número de furtos, e condenados, um ainda menor número, quer de operacionais, quer de comerciantes que pretensamente os instigaram ?Coleccionadores nacionais e estrangeiros, que adquiriram milhares de obras de arte e antiguidades portuguesas furtadas, a maioria ainda não apreendidas pelas autoridades, destes então, que se saiba nem um foi sequer condenado pela suposta receptação dessa imensa caverna de Ali Bá Bá !
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