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[Archport] "Moeda bizantina com 15 séculos encontrada na zona de Belém"

Subject :   [Archport] "Moeda bizantina com 15 séculos encontrada na zona de Belém"
From :   NOSTRAE SPES VNICA <nostrae.spes@gmail.com>
Date :   Mon, 1 Jun 2009 20:45:55 +0100

 Saudações aos leitores.

Saudações especiais ao projecto ipsiis.

                Abstract:

                This opinion examines the impacts of the current Portuguese legislation regarding archaeological and patrimony studies. I clarify the process by which archaeological dissertations are affected due to this blocking legislation. Amateur archaeology and several hobbies related are an important link to improve modern knowledge about ancient cultures. Hundreds of studies and written thesis could be improved or contested by amateur finds. Without this broken link, history will be less accurate. Trying not to be another opinion maker, solutions to this problem are presented using a topical approach.

                Citação:              

                «"É a primeira moeda desta época e deste tipo que aparece numa escavação em Portugal", declara o arqueólogo da Faculdade de Letras, que está a dirigir um projecto de investigação dos achados recolhidos nas imediações da Torre de Belém em 2006.»

Refuta-se esta afirmação. Na verdade existe uma "burka" legislativa em Portugal que deixa ilegitimamente algumas pessoas aproveitarem-se da ignorância reinante por elas e por sua classe criada, permitindo o constante aparecimento deste tipo de afirmações caricatas na comunicação social. Olhando a descrição jornalística e atendendo à marca monetária ”€”, tudo indica tratar-se de um vulgar numisma de 5 nummi cunhada em nome Justiniano I, imperador bizantino entre 527 e 565 d.C.

Inúmeras vezes escavada em Portugal, no dia em que este regime arqueológico com tiques autoritários ruir e a "burka" for finalmente levantada, muitas objectos "desconhecidos" aparecerão, entre estes, alguns das terras do Nilo, outra "inverdade" ou mentira derivada da ignorância, deixada transparecer durante comentários ao espólio arqueológico do BPN.

Os amadores ajudarão e ensinarão os doutores, inclusivamente vão ensinar para além de catalogar e enquadrar, como acondicionar e conservar.

É senso comum e demonstra-se nos diversos actos praticados noutras nações europeias que o maior acervo de património móvel e de material para estudo das culturas que usufruíram de determinados territórios, está no achamento esporádico e descontextualizado, não nas escavações de Villas, necrópoles e grutas. Não havendo capacidade económica das nações para salvaguarda de todo o património, procuram-se soluções para este problema baseadas no voluntariado e na arqueologia amadora com especial atenção para os hobbies directamente relacionados com esta prática. Pondo de parte os ultrapassados dogmas arqueológicos, este é actualmente e de forma racional o caminho correcto.

Irracionalmente terá que se desenrolar uma fita amarela de Caminha a Bragança virando 90 graus em direcção a Vila Real de Santo António, começando de imediato o processo de classificação do país como um todo. Deste modo continuará o marasmo cultural, interrompido esporadicamente por alguns brilharetes na imprensa, ultimamente dotados de demasiadas imprecisões. Continuará a existir a dinastia dos donos, senhores, estudiosos, fazedores de opinião e ao mesmo tempo críticos do património e respectivos estudos elaborados como se tratassem de deuses do Olimpo. Enquanto Deus, o todo-poderoso quiser, haverá sempre ao longo da história um mero mortal com mais alguma coisa a acrescentar, apontando o dedo ao rei que vai nu. Pensar minimamente, reflectir extremamente, precisa-se urgentemente. Há espaço neste país para o pico e para o pincel, para o doutor fazer mais um dos seus “papers” e para o arqueólogo amador ajudar e ser ajudado, ser criticado e criticar os profissionais, sem nunca os substituir.

Deve ser revista a legislação vigente que não passa de um reduto bloqueante, sendo criado um projecto a nível nacional semelhante ao projecto ipsiis, a engrenagem fundamental passa por uma base de dados online, os oficiais de ligação por óbvia falta de verba seriam os arqueólogos municipais, ajudados pelos arqueólogos amadores na inventariação e fotografia do espólio. Deverão existir regras bem delineadas para a aquisição de espólio sobre o qual o estado português demonstre interesse, será avaliado por uma comissão independente e o processo tutelado por uma identidade credível como é o caso do MNA. Os objectos inventariados não poderão ser vendidos para o estrangeiro sem autorização prévia das entidades tutelares.

Desta forma serão produzidos mais e principalmente melhores artigos científicos, travar-se-á o tráfico de antiguidades e poderá promover-se um maior contacto entre a população e a cultura, o vector é o arqueólogo amador que passará palavra a amigos, familiares e conhecidos, contando histórias fabulosas de árabes e romanos e ao mesmo tempo mostrando como alguns deles prendiam as togas com verdadeiras fíbulas, ou quem sabe como esfolavam um javali com uma autêntica lâmina da época. É difícil uma boa visita guiada num museu ou espaço arqueológico, por vezes o cobrador de bilhetes é também historiador, a história faz-se de histórias, este é o maior agrupamento de oportunidades da arqueologia portuguesa. Não necessitamos de incorrer no erro italiano que está a contratar arqueólogos amadores ingleses para escavações oficiais.

NOSTRAE SPES VNICA


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