[Archport] «Vila Franca de Xira deixa património ao abandono, população revolta-se»

[Ana Rita Trindade <ana_rita_trindade@hotmail.com>]

 
Notícia saída em 01/08/2009 no jornal «i» (online), sobre a Quinta Municipal de Subserra, com fotogaleria:

«Vila Franca de Xira deixa património ao abandono, população revolta-se»
http://www.ionline.pt/conteudo/16242-vila-franca-xira-deixa-patrimonio-ao-abandono-populacao-revolta-se-
 
 

Vila Franca de Xira deixa património ao abandono, população revolta-se

 

Quinta do concelho de Vila Franca de Xira, que foi constituída no século 17, encontra-se em vias de destruição. Um grupo de moradores está preocupado com a situação e acusa o executivo do PS de "abrir mão do enquadramento paisagístico da quinta à revelia das autoridades centrais"

 

 

A quinta da Subserra, no concelho de Vila Franca de Xira, foi constituída no século 17, pela mão de D. Diogo da Veiga. Outrora assistiu a um corrupio de fidalguia e era um dos mais deleitosos lugares à beira do Tejo, de acordo com viajantes da época. Mas hoje, passados praticamente 400 anos, encontra-se em vias de destruição.
A situação tem sido denunciada por um grupo de moradores que afirma que “o executivo camarário de Maria da Luz Rosinha, do PS, abre mão do enquadramento paisagístico da quinta e autoriza urbanizações em áreas tradicionalmente agrícolas, no âmbito da revisão do Plano Director Municipal e à revelia das autoridades centrais”.
A aquisição da Quinta Municipal de Subserra pela autarquia em 1980, então sob gestão da CDU, foi considerada pela população da freguesia de São João dos Montes como uma conquista importante para o aprofundamento da sua qualidade de vida.
O grupo de moradores e amigos da freguesia de São João dos Montes, onde a quinta se acha, não se conforma e lançou um abaixo-assinado – “Em defesa da quinta de Subserra!” - que tem recolhido grande apoio das populações. O grupo é formado por profissionais de várias áreas, nomeadamente na do património cultural, e inclusivamente estrangeiros. Um dos moradores disse ao i que " temem que a quinta e o palácio possam ser entregues ou alienados a entidades privadas". “A quinta tem-se degradado a olhos vistos. Há azulejos importantíssimos muito danificados. O próprio palácio tem fracturas impressionantes no seu interior.”, afirma.
A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, liderada pela autarca socialista Maria da Luz Rosinha, declarou ao jornal Vida Ribatejana que a quinta é objecto do “maior investimento de sempre”. Os investimentos “ultrapassam desde 2008 os 250 mil euros”, que se inserem numa estratégia que abrange outras duas quintas do concelho. São investimentos “volumosos, sérios e adequados a assegurar um futuro sustentável, ambiental e patrimonialmente equilibrado”, assegura a Câmara Municipal.
Face a esta notícia, foram levantadas várias questões na reunião da Câmara Municipal da passada quarta-feira, dia 29 de Julho. Perguntou-se onde terão sido investidos os 250 mil euros dado o estado geral de degradação e abandono da quinta. O vereador Fernando Paulo Ferreira (PS) enunciou brevemente os resultados obtidos nas intervenções efectuadas, nomeadamente ao nível dos muros que limitam a quinta e quanto à salvaguarda de alguns painéis de azulejos, que estarão entregues a uma equipa técnica municipal. No entanto, ficou sem resposta a denúncia dos principais problemas identificados na quinta e denunciados pela população. Estes problemas são o estado de degradação do fontanário e da gruta de embrechados do século XVII, dois dos mais importantes conjuntos nos jardins da quinta; o estado de ruína dos jardins e grande parte da área agrícola; e a decadência do palácio - que terá já sofrido em parte um incêndio - e de vários conjuntos de azulejos.
Por fim, a piscina, também ela centenária e a única que estava ao serviço da população da freguesia, encontra-se encerrada.
O “total abandono” da Quinta da Subserra também tem vindo a ser denunciado pela CDU de Vila Franca de Xira. No passado domingo, a CDU promoveu um roteiro temático pelo município e visitou aquele espaço que, dizem ao Vida Ribatejana, “foi comprada com o propósito de a ter ao serviço da população, mas nos últimos anos tem vindo a degradar-se e a sua dinamização apresenta um saldo muito negativo”.

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