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[Archport] Turistas ameaçampreservação dos túmulos do Vale dos Reis

Subject :   [Archport] Turistas ameaçampreservação dos túmulos do Vale dos Reis
Date :   Tue, 25 Aug 2009 05:36:42 +0100

Turistas ameaçam preservação dos túmulos do Vale dos Reis

Público, 25/98/98, por Luís Miguel Queirós

Os túmulos dos faraós egípcios no Vale dos Reis correm o risco de se deteriorar irremediavelmente, caso se mantenha o actual fluxo de turistas. O aviso partiu do próprio secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egipto, Zahi Hawass, que finalmente se decidiu a fazer soar o alarme, dando razão aos muitos arqueólogos que vêm denunciando os riscos da excessiva exploração turística da necrópole construída junto à cidade de Luxor, a antiga Tebas, na primeira metade do segundo milénio a.C..

"Os túmulos abertos ao público estão a sofrer um severo desgaste, quer na coloração dos frescos, quer nas gravuras", afirmou aos jornalistas Hawass, que estima que todo o complexo, com mais de 60 túmulos, possa estar irreconhecível dentro de 150 a 500 anos.

Em 2008, o Egipto recebeu 13 milhões de turistas, e uma boa parte deles não dispensa uma paragem no Vale dos Reis, que recebe cerca de seis mil visitantes por dia. Nos túmulos mais frequentados, a aglomeração de pessoas - que suam com o calor, tiram fotografias (apesar de estas serem proibidas) e transportam carteiras e sacos que vão raspando as paredes - está já a provocar sérios danos. E com a taxa de humidade no interior dos monumentos funerários a aproximar-se, por vezes, dos 100 por cento, muitos dos frescos começam a apresentar manchas escuras provocadas por fungos.

As autoridades egípcias já tomaram algumas medidas de preservação, estipulando que só 12 túmulos possam estar abertos ao mesmo tempo e apetrechando alguns deles com sistemas de ventilação. Mas estes esforços não têm sido suficientes para travar a degradação, e é bem possível que as estimativas de Hawass venham a revelar-se francamente optimistas. A arqueóloga Hourig Sourozian, que dirige a equipa que está a trabalhar nos colossos de Mémnon, duas estátuas gigantescas de Amenófis III, diz que "se nada for feito, alguns dos túmulos estarão irrecuperavelmente destruídos daqui a 25 anos".

Hawass, também ele um prestigiado arqueólogo, célebre pelo seu inseparável chapéu à Indiana Jones, abandonará no próximo ano, por limite de idade, as funções de responsável máximo pelos tesouros arqueológicos egípcios. Mas deverá prosseguir com a sua paixão dos últimos anos: as escavações de um provável túmulo identificado por radar, que Hawass acredita poder estar inviolado, como o de Tutankhamon, descoberto em 1922 por Howard Carter. O arqueólogo admite que possa tratar-se do túmulo de Ramsés VIII.


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