As escavações arqueológicas vão voltar em força à Vila-Adentro
de Faro, caso o actual presidente da Câmara de Faro seja reeleito
José Apolinário (PS) «assume o desafio» de avançar
para prospecções «sistemáticas», que permitam desenterrar o passado da cidade
e, eventualmente, «torná-lo visitável». A perspectiva é «trazer mais gente
para o centro histórico».
José Apolinário anunciou a sua intenção numa conferência de imprensa
dedicada, precisamente, à Cidade Velha de Faro. Na ocasião, o autarca
assegurou ainda que estão criadas condições para lançar «a obra de construção
do Museu de Arte Contemporânea até final do ano», a instalar na antiga
Fábrica da Cerveja Portugália.
Uma intervenção que custará «no máximo quatro milhões de euros», com uma
comparticipação da União Europeia que pode ascender aos 50 por cento e que
deverá demorar «dois anos».
Esta obra contempla, essencialmente, a recuperação do edifício já existente,
não estando prevista a construção de novas infra-estruturas. As maiores
alterações serão feitas no pátio de entrada, cujo muro será parcialmente
derrubado de modo a criar uma ligação com a antiga Praça de Armas, e no topo
da fábrica, onde será instalado um miradouro com apoio de bar, acessível por
elevador.
No que toca à componente arqueológica, José Apolinário pretende retomar os
trabalhos que foram feitos no Largo da Sé nas primeiras décadas do século XX,
que permitiram colocar a descoberto um importante espólio arqueológico, que
remonta ao período romano, passando por épocas mais recentes.
Além deste largo, as prospecções arqueológicas também deverão chegar ao Largo
Afonso III.
O autarca admite mesmo condicionar o trânsito de forma severa. «É sensato
dizer que a Vila-Adentro, no futuro, não deverá ter todos estes carros»,
considerou.
Embora admita que se possa criar uma via de acesso à Sé de Faro, defende
fortes limitações ao estacionamento na cidade velha.
A ideia de voltar a fazer prospecções arqueológicas na Vila-Adentro surgiu no
seguimento de obras de colocação de iluminação nova nesta zona de Faro.
Nas escavações que foram feitas, «encontraram-se vestígios que devem remontar
a 1755 a 30 centímetros», enquanto «a 50 centímetros de profundidade se
descobriram vestígios da ocupação romana».
Um estudo aprofundado destes tesouros arqueológicos permitirá lançar luz
sobre a teoria, que ganha cada vez mais força, de que a metrópole romana de
Ossónoba tinha o seu centro onde hoje se ergue a Vila-Adentro e não em
Milreu, Estoi, como acreditam alguns estudiosos.
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