Boa tarde,
Eu sou uma das 7 pessoas que se veio embora do Porto Torrão.
Não enviei o primeiro email nem nenhum dos 7, pelas informações que tenho. Pelo que não era nossa intenção manchar o nome da empresa. Saímos pacificamente sem criticar nem a empresa nem os colegas que ficaram. Até porque, infelizmente, não é a única a não pagar dias de chuva…
Ao ler o email tem-se a sensação que ficámos uma semana inteira sem receber por causa da chuva, o que não é verdade. Aconteceu na 3º feira, começou a chover às 10h ficámos em campo ate as 12h e depois mandaram-nos para casa. Ouvindo rumores de que não pagavam essa tarde nem os dias de chuva, fomos perguntar pessoalmente, no dia seguinte, se era verdade… A resposta foi que sim! Pelo que, simplesmente, decidimos vir embora. Isto, numa semana em que davam chuva para todo o país com alerta amarelo. Não combinámos uns com os outros! Cada um sabe de si e na sua consciência, trabalha com as condições que acha justas.
Cara colega e amiga Raquel, é uma pena que sejas uma das pessoas que se limita a aceitar as condições tal como nos apresentam, sem discutir. Eu não vou estar a 400km de casa sem me pagarem dias de chuva (nem em casa faria isso!). Metam o pessoal a lavar cerâmica, ou simplesmente nada. Não temos culpa que chova! E se para ti é normal, e até agora não te tenham pago os dias de chuva, para nós em 3 anos de escavações contínuas para várias empresas, foi a primeira vez que tal aconteceu.
E não! Não recebemos 33! Eram 50 euros! As contas são: recebemos mil em vinte dias, tira-se 200 para a retenção e mais 160 para a segurança social da e fica-se com a módica quantia de 640 euros! Dividimos por 20 dias, por exemplo, e até da 32! Já é tempo de usar estes números, e tirar a ilusão de que se ganham mil euros… Esses 32 euros têm que chegar para viagens, comida, seguros, telemóvel, etc… faltar um dia numa semana, já é estar em risco de ficar no prejuízo! E vale a pena lembrar os colegas com prestações e rendas de casa, que apenas a usam fim-de-semana sim, fim-de-semana não...
Enquanto profissionais liberais temos o direito (e, acima de tudo, o dever!) de recusar estas condições! É que há um par de anos atrás as condições eram bem melhores! E agora é trabalhar para sobreviver! E já não falta muito para andarmos a pagar para trabalhar, só porque caímos no erro de ter “ amor pela camisola”. Nós já pensamos em desistir, e a arqueologia começa a resumir-se a isto, o pessoal aguenta 2, 3 anos e sai, e os novos vão sempre ocupar os nossos lugares, e aceitar as condições que nós recusámos…
Pelo que nos foi informado, depois de nos termos demitido, a empresa vai passar a pôr o pessoal a lavar cerâmica. Pelo que, de momento, estou desempregada, mas pelo menos a nossa luta pôde ajudar quem fica!
Com os melhores cumprimentos,
Cátia Lopes
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