Só um esclarecimento: a legislação não é nada
clara, nesse aspecto, o de “só se poder dirigir trabalhos arqueológicos
com um mestrado”.
E tanto não é clara que o IGESPAR baseia a sua
posição, nesse aspecto, numa interpretação muito sua daquilo que considera ter
sido o “espírito do legislador”. Para mais sobre este temática,
aconselho vivamente a leitura desta série documental produzida pela APA:
http://www.aparqueologos.org/documentos/comentario.pdf
From:
archport-bounces@ci.uc.pt [mailto:archport-bounces@ci.uc.pt] On Behalf Of António Lopes
Sent: sexta-feira, 6 de Novembro
de 2009 23:49
To: archport@ci.uc.pt;
lazulinha@hotmail.com
Subject: Re: [Archport]Injustiças
em Arqueologia... ou não?
Cara Cláudia!
A situação dos técnicos não andará longe da situação dos licenciados com o
sistema de Bolonha. Talvez, até, a dos técnicos seja menos confusa, mas, a
legislação é clara e, gostemos ou não, a remessa a que pertencemos (ou, no
meu caso, em breve pertencerei como licenciado) só poderá dirigir trabalhos
arqueológicos com um mestrado.
Quanto à escavação descrita, as questões de foro pessoal fogem do
âmbito desta lista. Já aquilo que diz respeito ao profissionalismo, antes
de ser denunciado aqui contra desconhecidos, deve ser comunicado ao
I.G.E.S.P.A.R. Se realmente considera que houve negligência nos trabalhos, é a
isso que a ética profissional obriga.
Não devemos, no entanto, esquecer que, muitas vezes, o rigor diz respeito ao
método e não ao arqueólogo. E se, por exemplo, há profissionais
competentes que escavam determinados contextos com metodologias que
implicam a localização tridemensional de quase todos os materiais, com
definição das várias realidades estratigráficas - horizontais ou verticais,
geológicas ou antrópicas -, outros igualmente competentes recorrem a métodos
que dão prioridade à relação entre UE's ("open area"). Não será,
portanto, motivo de alarme que os fragmentos de cerâmica da mesma
UE sejam colocados no mesmo saco. Não é que seja apologista
desta metodologia, mas, como acredito na adequação dos métodos ao
contexto, perante uma dada realidade, poderá ser a opção mais adequada.
Recomendo uma leitura do "Archaeological Site Manual"
(MoLas, 1994), disponível em linha, uma obra útil para perceber
(embora não tenha sido suficiente para me converter ao "open
area") que uma escavação pode ser mais que quadrículas e unidade