Os espectáculos na Hispânia romana No dia-a-dia em que vivemos, não é raro vir-nos à mente aquela prática dos Romanos consubstanciada na frase panem et circenses, que é como quem diz: «Dêem-lhes uma côdea e espectáculos, que eles ficarão satisfeitos e não se importarão com as reformas de fundo que, entretanto, pela calada, vamos realizando»... Era assim ao tempo dos Romanos. Por isso, em vez de campos de futebol (desporto que só nasceu em Inglaterra pelos finais do século XIX), construíram anfiteatros para combates de gladiadores e outros, circos (para corridas de cavalos) e, até, teatros. Vem, pois, na altura certa o livro, escrito por Joaquín L. Gómez-Pantoja (com a colaboração de Javier Garrido), sobre as inscrições que, na Península Ibérica, se referem aos anfiteatros romanos: Epigrafia Anfiteatrale dell?Occidente Romano ? VII. Baetica, Tarraconensis, Lusitania, uma iniciativa de Edizioni Quasar (Roma, 2009, ISBN: 978-88-7140-377-9). Trata-se, de facto, do VII volume da série em muito boa hora e auspiciosamente iniciada, no já longínquo 1988, por Patrizia Sabbatino Tumolesi (1945-1995), com o volume dedicado a Roma. Divide-se este, de 313 páginas, em duas partes: o catálogo (p. 17-201) e ?riepilogo e considerazioni generali? (p. 203-224). Minuciosos índices analíticos (p. 227-270), incluindo todos os itens habituais numa obra sobre fontes epigráficas, tornam a obra fecundo elemento de estudo e de confronto com documentos de idêntico teor. Atenção especial deve começar por merecer logo o capítulo inicial, onde os autores explicam porque não incluem neste repertório 47 textos, na medida em que a sua relação com os espectáculos não resulta inteiramente clara. E o catálogo subdivide-se em quatro secções: a administração dos munera (onde cabe uma referência à legislação então em vigor e às ?famílias? gladiatórias); as inscrições referentes a munera et venationes, iuvenalia e lusus iuvenum; os gladiadores e suas escolas, assim como os venatores; por fim, os anfiteatros e estruturas a eles anexas.
16 quadros temáticos, desde a pág. 201 à 210, tornam mais ?visível? o
conteúdo das epígrafes estudadas e a secção VI traz, por fim, as
considerações gerais em que se abordam as conclusões que esses quadros e essa
documentação permitem tirar. As páginas Uma obra, pois, como é bem de ver, do maior interesse para o estudo da época romana peninsular.
José
d'Encarnação |
Mensagem anterior por data: [Archport] O espião espanhol | Próxima mensagem por data: [Archport] A propósito da peregrina ideia de supressão do Museu Nacional de Arqueologia |
Mensagem anterior por assunto: [Archport] O sítio do MNA no Top do CGCounter | Próxima mensagem por assunto: [Archport] Os ge ó grafos sabem |