O
espião espanhol Aí pelos finais do séc. XIX, os governantes espanhóis, na mira de voltarem a ocupar Portugal, aliados a França, usaram de todos os meios para obter informações acerca do estado da nossa defesa. E, para tal, não hesitaram em dar todas as facilidades a José Andrés Cornide de Folgueira y Saavedra, que, vestindo sabiamente a pele de investigador das Antiguidades (que o era, na realidade), sem dificuldade lograria ir obtendo, sob pretexto de saber de inscrições romanas e de monumentos antigos, aqueloutros dados estratégicos do maior interesse em caso de invasão.
Los Viajes de José Cornide por España y Portugal de 919 páginas, em que, depois da bibliografia e da introdução, se dá conta da vida de Cornide, «viajero ilustrado y espía» (p. 51-136), e se transcrevem, comentados e anotados, os diários de viagem (p. 139-843), sendo de destacar as que faz a Portugal, transcritas nas p. 315-824. «Los informes para invadir Portugal» ocupam as páginas 845-865. Os índices (onomástico, toponímico), o rol dos manuscritos citados, as correspondências epigráficas e a referência às fontes antigas citadas constituem, por fim, mui precioso auxiliar para substancialmente se haurir boa informação deste vasto e denso volume, com cuja publicação muito nos hemos de congratular.
José
d'Encarnação |
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