[Archport] Sobre o simbólico do feminino e do masculino...

[Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>]

Um amigo com quem debatia questões de hermenêutica, referentes a descodificação de imagens recorrentes no âmbito da expressão artística pré-histórica, respondeu-me com o texto que reproduzo a seguir. Pedi-lhe que o descodificasse. Ele assertivamente respondeu-me: descodifica tu, ou propõe aos teus camaradas de archport ajuda.

Aqui fica a charada.

 

Agora começa o duelo a sério. Assim sendo, combatemos a pé e sem couraça, só de florete. Despes a couraça, eu também, e deixamos os aios de lado, Lacan e companhias. Não quero monologar com o Lacan, prefiro monologar com o meu Anjo.
Dizer que o conceito de mulher não existe é não dizer nada. Então quando dizes mulher isso o que é? Há débito de continuidade em algumas correntes filosóficas actuais. Dão-se precipitados pasos no abismo... Seja, Lacan nega o conceito de mulher sem negar o de homem, elimina-lhe o contrário sem remissão.
É outra coisa. Como não se pronuncia a coisa, erradica-se. Há nisto tudo algo que escapa ao método, sem previamente o negar e lhe propor alternativa. Como digo que não é necessário descrever nem prescrever a loucura, basta constatar pela evidência que existe, assim dou a estocada em Lacan.
E ficamos nesta:
Diz o falo: o umbo é que impera e existe.
Diz o umbo: o falo é que existe e impera.
Dz o falo: é o umbo.
Diz o umbo: é o falo.
E já claudicou o umbo, diz: está bem. Amen.
E passa para a invisibilidade. Invisibilidade é não existência?
Não sufoques já... ainda vamos no início da contenda. Para já quero rasgar-te os atilhos da couraça, porque vim sem ela para a arena. Vou-te desembrulhar dela. Depois é corpo contra corpo, de peito aberto.
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Manuel de Castro Nunes