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[Archport] Porto Torrão - Maior povoado calcolítico em Portugal

To :   archport <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Porto Torrão - Maior povoado calcolítico em Portugal
From :   jarnaud@sapo.pt
Date :   Thu, 11 Feb 2010 09:27:05 +0000


Caros Colegas e Amigos,

Que o povoado calcolítico de Porto Torrão era o maior do país, já se sabia desde 1981, ano em que o identifiquei, a partir de indicações do Sr. Rui Patrício, então vereador da Cultura de Ferreira do Alentejo, e do Dr.Clementino Amaro, confirmadas por escavações de pequena amplitude aí realizadas em 1982 e 1985, cujos resultados foram oportunamente publicados.

Durante vários anos tentei obter os meios necessários para organizar uma equipa pluridisciplinar com capacidade para estudar devidamente um sítio arqueológico que se adivinhava não só muito vasto, mas complexo, e para o qual chegou a ser aprovado, nos anos 90, um projecto plurianual de investigação, embora sem financiamento...

Infelizmente, a Ética arqueológica, que era um ponto de honra entre os arqueólogos com quem me iniciei, nos anos 60, não se ensina nas universidades, e é hoje considerada "uma coisa de velhos".

Talvez por isso, nem o IGESPAR, nem a EDIA, nem nenhuma das três equipas que a EDIA encarregou da maior intervenção arqueológica até hoje feita em Portugal num povoado pré-histórico tiveram a amabilidade de me consultar ou convidar a participar nessa intervenção, apesar de ter manifestado a minha inteira disponibilidade para o fazer, agora que me encontro liberto, desde 2008, das funções que exerci desde 1986 no IPPC/IPPAR/IPA/IGESPAR.

Seja como for, só espero é que o Porto Torrão seja efectivamente estudado, e também preservado, fisicamente, na medida do possível, através da sua classificação, proposta há já bastante tempo, mas nunca concretizada, pois poderia ser um importante foco de desenvolvimento cultural para Ferreira do Alentejo, cuja Câmara Municipal se tem empenhado, desde há muitos anos, na preservação e valorização do seu património, e não continue a ser devorado, fatia após fatia, por obras públicas e privadas, alimentando uma arqueologia preventiva que só tem sentido e justificação se os os trabalhos forem realizados com a qualidade que a importância excepcional deste sítio exige, e forem devidamente publicados pelas entidades responsáveis pela sua destruição.

Com as melhores saudações,

José Morais Arnaud



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