Para
exercício de “futurologia em restrospectiva” podemos sempre ler as Al-madans de há alguns anos, por exemplo.
O
resultado é o mesmo – as maleitas (da arqueologia, do ensino da
arqueologia, da arqueologia “empresarial”, da valorização e da
protecção do património, etc.) foram bastamente identificadas e foram até
apontadas várias soluções e/ou alternativas. Contudo, também como quase sempre,
nada se fez, ou tudo se obstaculizou, ou toda a gente se desuniu, ou ninguém
leu, ou poucos quiseram, etc.
From: archport-bounces@ci.uc.pt
[mailto:archport-bounces@ci.uc.pt] On Behalf
Of Jorge Pinho
Sent: terça-feira, 2 de Março de
2010 17:42
To: archport
Subject: [Archport] Estado actual
da Arqueologia Nacional - Brevesapontamentos.
Boa tarde,
durante umas arrumações aqui em casa, deparei-me com um artigo do jornal
Expresso datado de 30 de Março de 1996. Ora, o que lá se encontra escrito
poderá ser, porventura, interessante num quadro de discussão oportuno, tendo em
consideração o estado actual das condições laborais, criação de uma ordem, etc.
Por ser curioso o seu cariz premonitório, falava-se na altura da Comissão
Instaladora do Instituto Português de Arqueologia, em conjugação com o IPPAR,
sendo a mesma responsável pelo lançamento de um documento de trabalho, assinado
pelos respectivos Presidentes, Vitor Oliveira Jorge e Luis Calado.
Muitos se deverão lembrar disto, pelo que entre todas as directivas e
resoluções tomadas que são de domínio comum, o que me prendeu neste artigo foi
a oportuna referência de António Carlos Silva às novidades na forma de
financiamento dos trabalhos de campo - PNTA.
Para António Carlos Silva, vogal da CI do IPA, a nova fórmula iria permitir o
aparecimento de "...projectos coerentes que incluam a valorização dos
sítios descobertos."
Da mesma forma, pensava-se na altura que o reforço dos serviços regionais de
arqueologia iriam assegurar que as intervenções de emergência seriam "...asseguradas
por arqueólogos afectos a esses organismos, em vez de serem assumidos pelos
serviços centrais, embora tutelados superiormente pelo IPA."
Para António Carlos Silva: "É preciso perder a perspectiva de que os
serviços centrais funcionam como "bombeiros"..." e
culmina com a seguinte ideia, a qual me levou a escrever este apontamento.
Não estando fora dos planos à época do aparecimento de empresas de
arqueologia, tal como acontecia em outros países e como podemos, de facto,
agora aferir, este mesmo processo dispensaria o Estado,
considerando-se que poderia ser até uma vantagem em
termos organizativos. Acrescenta-se que a concorrência leva, muitas
vezes, "à redução dos preços pelos serviços prestados
até se pôr em causa a sua qualidade científica...",
salientava então A.C.S..
Ora, passados 14 anos deste artigo, digam lá se não poderei pedir, em tom de
brincadeira claro, a António Carlos Silva, os números do euromilhões da sessão
de 2024... pois a premonição era verdadeira e que em 14 anos não
só as condições laborais pioraram, como a relação preço/qualidade poderá
estar em causa num futuro que temo não esteja muito longe.
É bom revermos o passado, de vez em quando, para percebermos os erros actuais.
Jorge Pinho
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