Lista archport

Mensagem

[Archport] Alqueva mudou o paradigma da arqueologia em Portugal

To :   "Archport" <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Alqueva mudou o paradigma da arqueologia em Portugal
From :   "Paulo Monteiro" <pmonteiro@ntasa.pt>
Date :   Sat, 6 Mar 2010 05:51:07 -0000

EDIA promoveu 4.º Colóquio de Arqueologia

Alqueva mudou o paradigma da arqueologia em Portugal

Intervencionadas com trabalhos arqueológicos, contam-se perto de 640 ocorrências patrimoniais no âmbito das obras do plano de rega, a decorrer desde 2002, um investimento que ronda os seis milhões de euros.

Diário do Alentejo, 05/03/2010

Texto Carla Ferreira


O projecto de Alqueva e o considerável número de obras associadas à barragem, entre a sua construção e a execução do plano de rega (de 1996 até hoje), permitiram uma "mudança de paradigma" na arqueologia portuguesa, aportando novas perspectivas de actuação no que respeita à minimização de impactes sobre o património cultural. Eis uma das ideias fortes saídas do 4º Colóquio de Arqueologia do Alqueva, uma iniciativa organizada pela EDIA entre os últimos dias 24 e 26, com vista a um balanço sobre os trabalhos efectuados no âmbito do plano de rega, entre o ano de 2002 e a actualidade. Segundo Miguel Martinho, arqueólogo da empresa de Alqueva, o empreendimento e "o seu próprio volume de trabalhos em obra, obrigaram a redefinir estratégias de actuação, em termos de minimização de impactes, com um acompanhamento muito mais próximo e mais regular, o que de alguma forma veio trazer perspectivas novas sobre como actuar em obra, e como trabalhar numa lógica de arqueologia preventiva". Refira-se que a maior parte dos achados têm sido identificados em fase de obra, na sequência da abertura de valas e implantação de infra-estruturas, o que tem feito luz sobre estruturas e contextos arqueológicos não visíveis em prospecção de superfície. "Só uma actividade intrusiva poderia colocar à mostra estas estruturas", o que, por outro lado, confessou Miguel Martinho, não tem deixado de acarretar "constrangimentos" às próprias empreitadas. "São intervenções que claramente condicionam as obras mas que não deixam de ser feitas. Como é óbvio, a EDIA sempre respeitou as boas práticas e sempre cumpriu aquilo que é a sua obrigação", garantiu.


Intervencionadas com trabalhos arqueológicos, contam-se perto de 640 ocorrências patrimoniais no âmbito das obras do plano de rega, a decorrer desde 2002, um investimento que ronda os seis milhões de euros. "E se considerarmos as intervenções ainda em Alqueva, na barragem, que rondam os oito milhões, estamos a falar num total de cerca de 14 milhões que a EDIA já investiu até à data em património cultural, nas vertentes de minimização de impactes, divulgação e valorização", acrescentou o responsável, fazendo o balanço destes três dias de comunicações, que reuniram perto de 220 especialistas em torno de quatro compartimentos cronológicos: pré-história recente, proto-história, época romana e época tardo-romana/medieval.


Outro dado importante que ressalta das intervenções promovidas pela EDIA ao longo destes 14 anos é "a nova visão que emergiu sobre o que foi a ocupação humana neste território do empreendimento de fins múltiplos de Alqueva, o que veio de alguma forma mexer com os conceitos já conhecidos no que respeita à ocupação do espaço em várias épocas", sublinhou também o arqueólogo. De todas elas, a pré-história recente impõe-se como o período que tem suscitado maiores surpresas e implicado maiores intervenções arqueológicas.

Duas novas publicações ainda este ano

Quanto à valorização e divulgação do património descoberto, a EDIA têm assumido o seu papel através além da realização dos colóquios de arqueologia (o último decorreu em 2001, em torno da minimização de impactes na área a submergir pela albufeira de Alqueva), das exposições e das publicações. Exemplo disso é a mostra "Vinha das Caliças 4 - O lento despertar", inaugurada a 24 na galeria de exposições da EDIA, que reúne vestígios encontrados numa intervenção em Beringel (Beja), datados da Idade do Ferro, e que se justificou pela "relevância científica do sítio e pelo espólio que é, sem dúvida, ímpar, embora houvesse muitos outros por onde escolher", informou Miguel Martinho.

 Quanto às publicações, prevê-se a conclusão de duas ainda este ano. Uma sobre o Castelo da Lousa, que está a ser preparada em parceria com o Museu Nacional de Arte Romana, em Mérida, Espanha; a outra, sobre o Castro dos Ratinhos, que está a ser organizada em colaboração com o Museu Nacional de Arqueologia e com a Câmara Municipal de Moura. Em torno da barragem do Alqueva, há ainda uma série de monografias que estão a ser preparadas em colaboração com a Direcção Regional de Cultura do Alentejo. 


05/03/2010 - 10h43

http://da.ambaal.pt/jornal/?link=noticia&id=8810

 

 

 

 

*** ******* This message contains information which may be confidential and privileged. Unless you are the addressee (or authorized to receive for the addressee), you may not use, copy or disclose to anyone the message or any information contained in the message. If you have received the message in error, please advise the sender by reply e-mail and delete the message.


Mensagem anterior por data: [Archport] Historiador de Arte - Coimbra Próxima mensagem por data: [Archport] Hallan la tumba de un niño abrazado a un adulto en la villa romana de Paterna
Mensagem anterior por assunto: [Archport] A Loucura Imperial na Roma Antiga Próxima mensagem por assunto: [Archport] AL-RIHANA 4 (2008)