Ministra pondera demitir dois directores
26/03/2010,
JN
A ministra da Cultura disse, ontem, que quer
substituir o director artístico do Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa,
Christoph Damman.
Segundo
Gabriela Canavilhas, que falava numa entrevista à rádio Antena 2, a actual
direcção "já provou que a sua linha estratégica e o seu conceito
estético não se coadunam com aquilo que o público português espera do 'São
Carlos'".
Para
a ministra, a necessidade de substituir a direcção artística do "São
Carlos" deve-se à "insatisfação do público, da crítica e dos
intervenientes, "que é cada vez "mais notória".
Fonte
do Ministério da Cultura acrescentou, à agência Lusa, que continuam a
decorrer negociações entre o ministério e a direcção do "São
Carlos" para concretizar o afastamento de Christoph Damman. A demissão
fora anunciada, na semana passada, pela Rádio Renascença, sem que tenha sido
confirmada ou desmentida pelo Ministério da Cultura.
Fontes
ligadas à Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP), integrada no "São
Carlos", disseram, à agência Lusa, que a demissão do director artístico
do "São Carlos" já era esperada, face ao descontentamento
generalizado que vinha a ser demonstrado pelo seu trabalho.
Na
entrevista emitida ontem, a responsável da Cultura admitiu ainda a
possibilidade de demitir também o director do Museu Nacional de Arqueologia
(MNA), em Lisboa, Luís Raposo.
Em
causa está a contestação de Luís Raposo à transferência do museu que dirige
para novas instalações, na Cordoaria Nacional, a algumas centenas de metros
da localização actual, no Mosteiro dos Jerónimos.
Em
declarações posteriores à Antena 1, o director do Museu Nacional de
Arqueologia contrapôs que dirige aquele espaço há 14 anos e que não foi nomeado
politicamente, mas através de concurso público.
Nesta
semana, associações representativas da arqueologia entregaram no Ministério
da Cultura uma declaração conjunta manifestando "profunda
inquietação" pela transferência do museu do Mosteiro dos Jerónimos para
a Cordoaria Nacional.
Recentemente,
o director do MNA mostrou-se igualmente preocupado com os resultados de um
parecer geológico e geotécnico sobre a zona em que assenta o edifício da
Cordoaria e que apontava para um risco sísmico "elevado a muito
elevado".
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