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[Archport] "Não vamos desistir de reivindicar o tesouro"

To :   <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] "Não vamos desistir de reivindicar o tesouro"
From :   "Paulo Monteiro" <pmonteiro@ntasa.pt>
Date :   Wed, 5 May 2010 06:42:24 +0100

DC, Escrito por Susana Ramos   

José António Pinto Ribeiro

“Não vamos desistir de reivindicar o tesouro”

Começa agora mais um capítulo da luta pelo regresso do Tesouro de Chão de Lamas a Portugal. Com retorno agendado desde Maio do ano passado, para uma exposição temporária em Lisboa, sabe-se agora que o espólio já não vai regressar, nem temporariamente.
A novidade veio de Luís Raposo, director do Museu Nacional de Arqueologia de Lisboa, que avançou que o tesouro vai permanecer “em terras de Espanha”, por decisão do ex-ministro da cultura, José António Pinto Ribeiro, que recusou financiar a vinda do espólio.
Descoberto por volta de 1913, na freguesia de Lamas, em Miranda do Corvo, o Tesouro de Chão de Lamas apresenta um acervo de grande relevância arqueológica, na medida em que é constituído por peças do período da proto-
-história, século I ou II a.C., sendo um dos poucos vestígios do povo Lusitano. Estando ainda por averiguar o processo pelo qual o Estado espanhol adquiriu o acervo (algumas fontes afirmam que o tesouro foi vendido pelo proprietário das terras onde foi descoberto, a um ourives de Coimbra, e os espanhóis defendem que «o tesouro terá sido comprado a um ilustre português, entusiasta hispanófilo, a quem o Estado português teria demonstrado falta de interesse na sua aquisição»), desde Março de 2009 que a Universidade Sénior da ADFP, com o apoio da autarquia de Miranda, se tem desdobrado em esforços para recuperar o espólio.
A vinda da exposição, em termos temporários, fora negociada pelos directores dos museus nacionais arqueológicos de Lisboa e Madrid, Luís Raposo e Rubi Sanz, no âmbito das comemorações, em Maio, do tratado de adesão de Portugal e Espanha à União Europeia, ocorrida no Mosteiro dos Jerónimos.
«A Fundação ADFP não aceita que o Governo não se empenhe nesta exigência perante os espanhóis. É intolerável que se desista da exibição temporária do tesouro em Lisboa, como primeiro passo para o retorno definitivo», afirma Jaime Ramos, explicando que, no entanto, não há qualquer tipo de hostilidade dirigida à vizinha Espanha, até porque a ideia de trazer o espólio para Portugal foi bem acolhida pela directora do Museu Arqueológico de Madrid, durante uma conversa entre aquela e Luís Raposo, no ano transacto, uma vez que o tesouro não é uma exposição central no museu da capital espanhola.

ADFP quer reunir com
ministra da Cultura
«A Fundação ADFP decidiu retomar o seu processo de luta, por considerar que apesar do país atravessar uma penúria financeira, isso não é razão para se entrar em bancarrota moral, já que as promessas são para ser cumpridas», avança Jaime Ramos, acutilante, adiantando que para já, a instituição está a «estudar a possibilidade de deslocar a Madrid, em Junho, uma delegação da freguesia de Lamas, para relembrar às autoridades espanholas que a luta do povo português continua. Outra das acções programadas no processo de reivindicação, passa por reunir com a actual ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, estando a fundação já a «envidar esforços» nesse sentido.
O Tesouro de Chão de Lamas é constituído por seis peças de ourivesaria (uma pulseira, colares, peitorais e dois vasos ornamentais em prata com ouro) e moedas romanas com enorme valor arqueológico, sendo que o espólio tem estado em exposição, na “Sala del Tesoro”, do Museu Arqueológico de Madrid, desde 1922.
«Desde o início que nós sabemos que estamos num processo que vai ter sucesso, não sabemos é quando, mas não vamos desistir de reivindicar o tesouro e de sensibilizar a classe política e o Governo para o seu retorno»; completou o presidente da Fundação.
Este domingo, no Encontro Nacional de Coros das Universidades Seniores, a realizar em Miranda, no Parque Biológico da Serra da Lousã, a ADFP vai solicitar o apoio de outras universidades seniores «para a luta de defesa do património histórico».

Portugal não pode reclamar
tesouro do ponto de vista jurídico
Em entrevista à TSF, em Abril de 2009, o director do Museu Nacional de Arqueologia, mostrou-se confiante que o Estado português consiga recuperar o tesouro, afirmando, no entanto, que «Portugal não pode reclamar o tesouro do ponto de vista jurídico». Acreditando na «boa vontade espanhola», Luís Raposo, avançou, na altura, que «faz todo o sentido, no plano político, sensibilizar as autoridades espanholas para a importância que o dito tesouro tem para o nosso património».
Recentemente, também Natália Correia Guedes, ex-directora do Museu do Oriente, defendeu o «regresso a Portugal de importantes obras do património nacional, espalhado por todos os continentes».

 

http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=7246&Itemid=135

 

 

 

 

PAULO ALEXANDRE MONTEIRO

 

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